Uma verdadeira força-tarefa no Brasil foi responsável por liberar 593 trabalhadores em condições análogas à escravidão em agosto. A Operação Resgate IV, executada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e outras cinco instituições, é a maior ação da história do país. O número é 11,65% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (532).
Em 2022, foram resgatadas 700 pessoas e em 2023 o número chegou a 1.300. A realidade é bem diferente da encontrada no país há alguns anos, quando o projeto ultraliberal em vigor no país reduziu as verbas para fiscalização e combate à exploração. Se por um lado o resgate revela a efetividade da política pública para garantir a dignidade humana, por outro escancara a lógica capitalista em ter benefício econômico através da exploração e violação dos direitos.
Os “senhores” do agronegócio continuam sendo os líderes da exploração. Quase 72% das vítimas foram resgatadas em propriedades rurais. Destaque para a produção de cebola, com 141 libertados, e da horticultura, com 82. Outros 17% dos resgates ocorreram na indústria e cerca de 11% no comércio e serviços.
Já na área urbana se destacaram os regastes na fabricação de álcool (38), administração de obras (24) e atividade de psicologia e psicanálise (18). Houve ainda inspeção em 10 ambientes domésticos e duas trabalhadoras foram resgatadas.
De acordo com balanço do MTE, as ações de fiscalização executadas em agosto revelam que os trabalhadores já receberam cerca de R$ 1,91 milhão em verbas rescisórias. O total previsto é de R$ 3,46 milhões. O valor ainda pode subir já que muitos pagamentos estão sendo negociados com os empregadores ou serão judicializados.
www.bancariosbahia.org.br/Ana Beatriz Leal
