Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ segunda-feira, setembro 16, 2024
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Queda do preço da cesta básica mostra que não há motivo para alta dos juros

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Os dados de agosto da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) realizada pelo Dieese indicam que o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em todas as 17 capitais onde a pesquisa é realizada mensalmente.

A queda ocorre pelo segundo mês consecutivo e é um claro sinal de que não se justifica a alta da taxa básica de juros (Selic) que vem sendo anunciada como algo “inevitável” pela mídia hegemônica.

O Brasil já pratica as maiores taxas de juros reais do mundo, o que transformou a economia nacional num paraíso dos rentistas, que abocanham em torno de 50% do Orçamento da União, subtraindo recursos que deveriam financiar o SUS e a educação pública.

Ao contrário do que propõem os porta-vozes do mercado financeiro é necessário reduzir as taxas de juros para melhorar a vida do povo e revigorar a economia nacional com o povo consumindo mais e as empresas realizando novos investimentos para ampliar a oferta.

De acordo com o Dieese as cestas mais caras são as de São Paulo (R$ 786,35), Florianópolis (R$ 756,31) e Rio de Janeiro (R$ 745,64).

As mais baratas estão no Nordeste: Aracaju (R$ 516,40), Recife (R$ 533,12) e João Pessoa (R$ 548,90), cabendo ressalvar que nas cidades do Norte e Nordeste a composição da cesta é diferente das demais capitais.

Salário mínimo necessário

Em agosto o valor do salário mínimo necessário para bancar as despesas previstas na Constituição foi de R$ 6.606,13, 4,68 vezes o mínimo real, que é de R$ 1.412,00, um valor claramente insuficiente para fazer frente às despesas elementares de uma família com quatro membros (dois adultos e duas crianças).

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 102 horas e 01 minuto. Após desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, 50,13% do rendimento para adquirir os produtos em agosto.

Em São Paulo, que tem a cesta básica mais cara do país, o trabalhador que recebe o piso nacional compromete mais de 60% do salário com alimentos e, não raro, vive em situação de rua.

Ou seja, quem ganha o mínimo gasta mais da metade do salário com alimentação, sobrando pouco ou quase nada para quitar outras despesas, com aluguel, saúde, educação, transporte, higiene, luz, água, gás de cozinha, lazer, etc.

A pesquisa completa está disponível no site do Dieese

www.ctb.org.br

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