O acesso limitado à proteção previdenciária das mulheres negras expõe a subjugação ao capital a que este grupo é submetido. Levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que 21,2% delas não tinham condições de contribuir para a Previdência em 2022. Entre os homens brancos o percentual era de 6,8%.
Segundo o Ipea, o cenário se agravou entre 2016 e 2022, quando o projeto ultraliberal imperava no Brasil e as relações trabalhistas foram deterioradas. Além disto, o racismo é um dos fatores determinantes do acesso deficitário da população negra ao mercado de trabalho e, consequentemente, à Previdência Social.
Em 2016, o índice de negras desprotegidas pela Previdência chegava a 19,2%. Em 2022 saltou para 21,2%. A elevação acompanhou a tendência de queda geral. A capacidade contributiva saiu de 11,1% para 13,3% no período.
Além da Previdência, o Ipea abordou outros indicadores. Em 2022, somente 52% das trabalhadoras negras e 54% das brancas estavam no mercado de trabalho remunerado, enquanto 75% dos homens negros e 74% dos brancos estavam empregados. As mulheres, em média, dedicavam 10 horas a mais por semana a tarefas domésticas e de cuidado não remunerado em comparação aos homens.
wwwbancariosbahia.org.br/Ana Beatriz Leal