Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ domingo, novembro 24, 2024
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Consumidores da Bahia se revoltam com mais um aumento no gás pela privatizada Acelen

Acelen adquiriu a refinaria Landulpho Alves (Rlam) da Petrobrás, privatizada por Bolsonaro - Foto: Reprodução
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Os consumidores baianos estão revoltados com mais um aumento no preço do gás de cozinha pela Acelen, que administra a refinaria de Mataripe – antiga Landulpho Alves (Rlam) da Petrobrás. Desde 1º de julho, está valendo o reajuste de 10,16% nos preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para as distribuidoras, anunciado pela empresa do fundo árabe Mubadala Capital, na última quarta-feira (31).

Em março deste ano, a Acelen havia elevado os preços do gás de cozinha em 8% para as distribuidoras. Na prática, esse aumento variou entre R$ 5 e R$ 6 para os consumidores finais.

 

Antes do novo reajuste, o preço médio do gás em Salvador estava em R$ 135,00. O Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas) estima que o valor do combustível deve ultrapassar a marca de R$ 140,00 – o que é quase 10% do salário mínimo no Brasil, que está em R$ 1.412.

“É um aumento muito grande”, afirma indignada Jaqueline Rodrigues, vendedora de coxinhas e outros salgados, ao portal baiano A Tarde. “Hoje o gás é um dos maiores custos que tenho, pois não afeta apenas o botijão, mas outros insumos. Quando sobe o gás, tudo aumenta”, comenta Rodrigues.

Em nota, a Acelen diz que os preços do GLP “seguem critérios de mercado”, com base nas variações do custo do petróleo adquirido a preços internacionais, além do dólar e preço do frete.

A refinaria Rlam foi vendida pelo governo Bolsonaro no final de 2021. Mas ao privatizar a Rlam, Bolsonaro não apenas entregou o monopólio do refino para o fundo árabe Mubadala, mas também a capacidade de regular os mercados regionais.

“A Acelen pratica uma política de preços em que eles escolhem visando apenas o lucro”, critica o economista Eric Ferreira, que é especialista no mercado de gás, também em reportagem do A Tarde. “A privatização da refinaria transformou o agente dominante de estatal para ser privado”, denunciou Ferreira, ao destacar que a Acelen não visa o bem-estar social nem o desenvolvimento local em suas práticas de preços.

“No caso da Bahia, quando você vendeu a refinaria que produz e distribui a maioria absoluta dos derivados que são consumidos aqui no estado e em Sergipe também, você não vendeu uma empresa para aumentar a competição, você vendeu o agente dominante e toda a infraestrutura atrelada ao parque de refino, que continuou sendo agente dominante só que privado, cuja finalidade é o lucro puro”, avalia o economista.

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