A CTB Bahia levou sua opinião classista ao lançamento do trabalho “Inserção da Mulher Negra no Mercado de Trabalho Baiano”, lançado nesta segunda (29), no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), em Salvador. Na última década, as mulheres negras enfrentam maiores taxas de informalidade e subocupação do que mulheres não negras e homens na Bahia é a principal conclusão do estudo realizado pelo Observatório do Trabalho, é resultado de uma parceria entre o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) e a Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
Na apresentação, a coordenadora do sistema PED, Lúcia Garcia destacou que “o estudo apresenta uma análise dos aspectos ocupacionais das mulheres baianas através de um panorama geral centrado na questão racial. Além da importância de compreender e enfrentar as desigualdades que afetam as mulheres negras no mercado de trabalho, proporcionando dados e análises fundamentais para a construção de políticas públicas mais inclusivas e justas”.
Segundo a titular da Sepromi, Ângela Guimarães, é importante o poder público pegar essas informações para produzir políticas públicas mais assertivas. “Estamos vivendo um momento oportuno com o governo de reconstrução do Brasil, com o presidente Lula e, de ações históricas e atuais com o governo de Jerônimo Rodrigues, para reverter essas realidades difíceis. O governo federal vem colocando as questões de gênero e raça em seus programas sociais, como a política de igualdade salarial e a política nacional de combate à pobreza que atinge as mulheres negras. Aqui na Bahia, temos 16 anos de ações dos nossos governos que, também, visam a saída das mulheres negras dessas condições precárias”, afirmou.
CONTRIBUIÇÕES DA CTB
Falando em nome da CTB Bahia, a dirigente Tereza Bandeira destacou a importância dos dados apresentados para a implementação das políticas públicas melhor direcionadas. “Muitas mulheres negras têm formação acadêmica, mas seguem em cargos mais precarizados e como pessoas jurídicas, sem direitos, ou empregadas sem carteira assinada. Nossa Central está atenta e, por isso, participa desses eventos e atua junto aos espaços institucionais do governo para apresentar ideias que ajudem a mudar essa situação. É bom representar a CTB na Agenda do Trabalho Decente e no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, levando as ideias classistas”, destacou a sindicalista, que também é diretora do Sinttel Bahia.
Também presente na atividade, a secretária de Imprensa da CTB Bahia e presidenta do Sindsaúde, Ivanilda Brito, reforçou o papel do movimento sindical nesses espaços. “É sempre bom contar com o Dieese com os seus estudos e análises sobre fenômenos do mercado de trabalho, como a inserção das mulheres negras. Com os dados, podemos orientar nossos sindicatos a desenvolverem ações específicas em suas categorias”, enfatizou.
www.ctb.org.br/Informações: CTB-BA.