Na terça (9), foi deflagrada a Operação Uncover, da Polícia Federal (PF), contra suspeitos de manter trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão, contrabando e crimes contra as relações de consumo em São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas Gerais.
Cerca de 50 policiais participaram da ação que ocorreu no Paraná e em Minas Gerais e fechou uma fábrica clandestina de cigarros na cidade mineira. De acordo com informações da PF, os trabalhadores eram recrutados no Paraguai por um grupo criminoso e entravam no Brasil através da fronteira com o Paraná.
Os paraguaios eram conduzidos diretamente para a fábrica e permaneciam restritos ao local, sem comunicação com o exterior, além de dormirem em alojamentos precários. Ainda não há informações sobre o número de trabalhadores resgatados.
Não é a primeira vez que o caso ocorre em Minas Gerais. Em novembro de 2023, trabalhadores paraguaios foram resgatados e uma quadrilha foi presa por mantê-los em situação similar à escravidão em Divinópolis e Nova Lima, também em fábricas clandestinas de cigarro.
MG no topo da “lista suja”
O Sul de Minas Gerais concentra de 8 a 10% de todos os casos de trabalho escravo ou análogo à escravidão encontrados no Brasil. Em 2023, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, foram 93 pessoas resgatadas. O estado continua a liderar a “lista suja” do governo federal: dos 654 nomes denunciados, 151 são de Minas Gerais.
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