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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Lula cobra para que BC “siga exemplo do governo” e reduza taxa de juros

Lula discursa em solenidade no Planalto (Foto: reprodução)
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“Espero que o Banco Central veja a nossa disposição de reduzir a taxa de juros e ele, quem sabe, colabore conosco, reduzindo a taxa Selic”, disse o presidente em solenidade no Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez, nesta quarta-feira (29), em reunião para anunciar mais medidas de apoio ao Rio Grande do Sul, uma cobrança ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quanto à manutenção, pela instituição, de taxas de juros em níveis insustentáveis para a economia do país. O Brasil tem hoje a segunda maior taxa de juros reais do mundo.

Depois de anunciar mais recursos públicos e créditos subsidiados para o soerguimento das empresas gaúchas atingidas pela tragédia, Lula foi incisivo na cobrança ao presidente do BC. “Espero que o Banco Central veja a nossa disposição de reduzir a taxa de juros e ele, quem sabe, colabore conosco, reduzindo a taxa Selic para que a gente emprestar a taxa de juros ainda mais barata”, ressaltou o presidente. Campos Neto tem sinalizado que pretende manter os juros nos níveis proibitivos em que se encontram atualmente.

 

Os representantes do governo detalharam os recursos do governo, liberados pelos bancos estatais, que chagam a 15 bilhões de reais, com taxas de juros reduzidas.

O chefe do Executivo destacou ainda que não vai aceitar que entraves burocráticos impeçam ou retardem a chegada desses recursos destinados à reconstrução da economia gaúcha. “Estamos trabalhando para que não haja qualquer empecilho burocrático para que os investimentos cheguem na ponta para ajudar as pessoas do Rio Grande do Sul”, disse Lula. “O que estamos aprendendo no momento é que se a gente trabalhar junto teremos soluções eficazes e muito mais rápidas para ajudar o Sul”, acrescentou.

As decisões anunciadas pelo presidente Lula estão numa medida provisória que disponibiliza linhas de financiamento para empresas do Rio Grande do Sul. Em evento no Palácio do Planalto, o presidente assinou a medida provisória e autorizou as linhas de financiamento, a ampliação do crédito rural e outras medidas de crédito para pequenas e médias empresas.

“Nós mudamos o paradigma de tratar de problemas climáticos neste país. A partir de agora, qualquer região que tiver problema climático terá que ter tratamento especial. Por isso trabalhamos na construção de um plano antecipado, para que a gente tente evitar que as coisas aconteçam neste país”, disse Lula durante o evento.

Na ocasião, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos (PCdoB), anunciou a aprovação de R$1,5 bilhão em linha de crédito pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para apoiar empresas inovadoras que foram afetadas pelas inundações no Rio Grande do Sul. O crédito pela Finep está na Medida Provisória que disponibiliza mais de R$ 15 bilhões linhas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para empresas gaúchas.

Segundo a ministra, a nova linha de crédito em R$1,5 bilhão terá como referência de juros a Taxa TR +5%. “Um crédito muito menor do que a taxa de juros praticada no mercado”, diz a ministra. Os recursos da Finep serão disponibilizados por operadores locais, como cooperativas de créditos com a Banrisul e BRDE.

“50% dos recursos são para micro, pequenas e médias empresas e até 40% desse empréstimo as empresas podem utilizar como capital de giro, associando, portanto, aos investimentos de infraestrutura em pesquisa, desenvolvimento e inovação”, completou Luciana Santos.

Foram anunciadas três linhas de financiamento.

Compra de Máquinas, Equipamentos e Serviços: as taxas de juros têm custo base de 1% ao ano, somado à diferença entre a taxa cobrada pelos bancos e a taxa paga pela instituição financeira ao captar o dinheiro (chamada de “spread bancário”). O prazo é de 60 meses, com carência de um ano;

Financiamento a Empreendimentos: projetos customizados incluindo obras de construção civil. As taxas de juros têm um custo base de 1% ao ano, somado à diferença entre a taxa cobrada pelos bancos e a taxa paga pela instituição financeira ao captar o dinheiro (chamada de “spread bancário”). O prazo é de 120 meses, com carência de dois anos.

Capital de Giro Emergencial: taxas de custo base de 4% ao ano para Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) e 6% ao ano para grandes empresas, mais o spread bancário. O prazo é de até 60 meses com carência de 12 meses.

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