Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Custo da cesta básica compromete 53% do salário mínimo, aponta Dieese

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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Em fevereiro, cesta básica aumentou em 14 de 17 capitais pesquisadas, com destaque para o tradicional feijão do brasileiro que subiu em todas as regiões

O preço dos alimentos tem um peso grande no orçamento das famílias de menor renda. Em fevereiro, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo, por exemplo, comprometeu, em média, 52,90% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em fevereiro de 2024, 52,90% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em janeiro, 52,33% da renda líquida”, disse o Dieese, ao divulgar que o preço médio da cesta básica aumentou em 14 das 17 capitais em fevereiro.

 

Com o último reajuste, o piso salarial nacional ficou em R$ 1.412. Uma alta de R$ 92 sobre o salário mínimo de 2023 (R$ 1.320).

Em onze capitais pesquisadas, o custo da cesta básica consome mais de 50% do salário mínimo. A maior cesta encontrada foi no Rio de Janeiro (R$ 832,80), seguida por São Paulo (R$ 808,38), Porto Alegre (R$ 796,81) e Florianópolis (R$ 783,36). Já no acumulado nos dois primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 16 cidades.

O feijão e o arroz, básicos na mesa do brasileiro, subiram de preços no início do ano. O quilo do feijão aumentou em todas as capitais; o do arroz em 14 capitais e as variações oscilaram entre 1,02% no Rio de Janeiro e 9,44% em Natal; o pão francês subiu em 13 das 17 capitais; o preço da banana aumentou em 16 das 17 capitais; e o da manteiga aumentou em 14 capitais.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ao divulgar o indicador de Inflação por Faixa de Renda de fevereiro, apontou que se para as famílias de renda média-alta os reajustes das mensalidades escolares e dos combustíveis pesaram no orçamento no início do ano, para as famílias de menor renda, os preços dos alimentos tiveram um peso maior.

“Em relação às famílias de renda mais baixa, a alta dos preços dos alimentos e bebidas foi a principal responsável pela inflação pelo terceiro mês consecutivo, especialmente em itens importantes da cesta de consumo, como arroz (3,7%), feijão (5,1%), batata (6,8%), cenoura (9,1%), ovos (2,4%) e leite (3,5%)”, apontou o Ipea.

No Brasil, 60,1% da população vive com até 1 salário mínimo por mês, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Síntese de Indicadores Sociais 2023, última pesquisa do órgão que traçou um perfil das condições de vida da população brasileira, com tendências observadas em 2022.

O estudo demonstra também que 31,8% da população vive com 1 a 3 salários mínimos e 8,1%, com mais de 3 salários mínimos per capita.

Apesar dos dados serem referentes ao ano de 2022, a pesquisa pode servir de referência, já que de lá para cá os custos do dia a dia do brasileiro seguiram avançando sobre o bolso do trabalhador, que não obteve um aumento significativo até agora em seu salário – que melhorasse sua condição de vida – e que alterasse a desigualdade de renda no Brasil.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação da alimentação subiu 1,12% em fevereiro frente ao avanço nos preços da alimentação no domicílio, que após quatro quedas consecutivas entre junho e setembro do ano passado, voltou a acelerar nos meses seguintes.

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