“Alguns players do mercado travam uma campanha agressiva para limitar o parcelamento no cartão de crédito, dizimando o poder de compra do consumidor”, alerta José Roberto Tadros
O pleito do Banco Central (BC) de acabar com o parcelamento sem juros em compras no cartão de credito seria um “desastre econômico”, nas palavras de José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“Com a redução do teto de juros para o rotativo, os bancos pretendem impor mudanças no parcelado sem juros, sob o discurso de que têm prejuízos com a inadimplência na concessão de créditos. Em recente reunião do Banco Central, foi aventada a possibilidade de limitar o parcelamento em 12 vezes”, ressalta Tadros, em artigo publicado no portal Poder 36, neste sábado (28), sobre o limite de parcelamento de juros do cartão de crédito. “E é aqui que fomos colocados em uma situação perigosa para o cenário econômico”, alerta o presidente da CNC.
“O parcelamento sem juros é uma ferramenta que revolucionou o modo como realizamos pagamentos e tornou-se parte indelével da cultura econômica do país. Sem esse instrumento, brasileiros não realizam sonhos, a indústria e o comércio de bens e serviços não se desenvolvem e até mesmo os bancos deixam de lucrar”.
Tadros denuncia a ação de “alguns players do mercado” que “travam uma campanha agressiva para limitar o parcelamento nesse importante meio de pagamento, dizimando o poder de compra do consumidor”.
“O Brasil precisa sensibilizar o Banco Central e o CMN (Conselho Monetário Nacional) para que não endossem esse movimento, desaprovando qualquer alteração. Essa flexibilidade de pagamento tem sido uma estratégia eficaz para muitos comerciantes, principalmente no varejo de bens duráveis, onde a aquisição de produtos de maior valor muitas vezes se torna mais acessível por meio do parcelamento”, prossegue Trados, apontando que 9 em cada 10 varejistas no Brasil adotam o modelo de parcelamento.
“A CNC assume uma postura firme em defesa do parcelamento sem juros no cartão de crédito e não concorda que, no bojo da saudável iniciativa para que se reduza os juros do rotativo, os bancos forcem a substituição do parcelamento sem juros para o parcelamento com juros”.
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