Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ quinta-feira, novembro 21, 2024
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Refinaria privatizada na Bahia tem vazamento de gás tóxico; 14 trabalhadores vão para hospital

Acelen, criada pelo fundo Mubadala Capital, dos Emiradores Árabes, assumiu controle da Rlam - Divulgação
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Federação de petroleiros acusa empresa que comprou refinaria da Petrobras de omitir acidente

Quatorze trabalhadores da Refinaria de Mataripe, na Bahia, foram hospitalizados após inalarem um gás tóxico que vazou durante o descarregamento de uma carreta. O número de hospitalizados foi divulgado nesta quarta-feira (18) pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), com base em informações do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA).

O gás que vazou é o hipoclorito de sódio. Segundo a FUP, misturado a outro produto químico por meio de contaminação cruzada, ele gerou um gás de alta toxicidade. Foi inalado por 30 pessoas, das quais 14 foram para o hospital.

A Acelen, empresa que administra a refinaria, não informou o número de trabalhadores afetados pelo acidente e disse que todos passam bem.

A Refinaria de Mataripe foi privatizada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela pertencia à Petrobras e, antes de ser vendida, se chama Refinaria Landulpho Alves (Rlam). Sua administração foi transferida à iniciativa privada em dezembro de 2021.

O acidente na refinaria ocorreu no último dia 10. A FUP informou que o Sindipetro-BA e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) não foram avisados do evento. A Acelen diz que comunicou os dois órgãos imediatamente após o fato.

“Além dos operadores da refinaria, pessoas que participavam de um curso de treinamento também foram atingidas e ficaram presas na sala, tentando se proteger, porque o gás tóxico se espalhou por todo prédio, incluindo o centro de treinamento, refeitório central e área de embarque e desembarque de ônibus”, relatou a FUP.

“A situação foi rapidamente contida pelo time técnico da operação, segurança e meio ambiente da refinaria. As pessoas que sentiram desconforto respiratório após o incidente foram imediatamente assistidas e passam bem”, respondeu a Acelen.

Segundo a FUP e o Sindipetro-BA, trabalhadores têm relatado desvios de segurança que vêm acontecendo na Acelen. “O sindicato tem recebido denúncias de que a refinaria baiana não estaria cumprindo sequer a carga horária obrigatória nos treinamentos dos cursos das Normas Regulamentadoras”, declarou o sindicato.

A Acelen diz que “segue fielmente a legislação brasileira respeitando as normas, carga horária e conteúdo programático dos treinamentos realizados na Refinaria de Mataripe, sendo submetida às fiscalizações dos órgãos públicos”.

Privatização contestada

A Acelen é uma empresa do fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos. O fundo comprou a Rlam por US$ 1,65 bilhão numa operação que foi contestada pois, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), ela valia pelo menos o dobro disso.

A privatização foi parte de um acordo firmado pela Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda de refinarias.

O atual ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), tem defendido que a antiga Rlam seja reestatizada, algo que também é reivindicado por petroleiros.

 

www.brasildefato.com.br/Vinicius Konchinski

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