Um novo conflito no Oriente Médio tem tido grande repercussão internacional. Trata-se da ação do Hamas, dia 07/10, numa ofensiva contra Israel, lançando foguetes e invadindo o país, onde culminou em dezenas de mortes de civis e militares. Diante do episódio, Israel responde com ataques a Faixa de Gaza, causando 2.450 mortes, incluindo mulheres e crianças (Opera Mundi, 15/10/23).
Os problemas no Oriente Médio são históricos e se agravaram desde a criação do Estado de Israel, em 1948, onde os palestinos têm sofrido as mais diversas formas de violência. São milhares de civis mortos pela violência política sionista. O Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, ao justificar o corte de água, gás, combustíveis e alimentos à região palestina, falou numa frase racista que estava “combatendo contra animais”. (Opera Mundi, 09/10/23)
Apesar das atrocidades praticadas pelo governo de Israel, a maior parte da mídia brasileira, numa atitude de subserviência, se transformou numa espécie de porta voz dos governos dos Estados Unidos e Israel, critica de forma sistemática o Hamas, tratando como terrorista, mas não considera terrorismo de estado israelense, os bárbaros assassinatos de milhares de civis da Palestina ao longo da história, incluindo crianças.
O noticiário no Brasil exibido pelos grandes meios de comunicação, inclui fake news, a exemplo da notícia de que o Hamas teria matado 40 crianças, depois negado pelo próprio governo de Israel e dos Estados Unidos. A situação chegou ao ponto do jornalista Jorge Pontual, da Globo, o mesmo que divulgou a mentira das crianças decapitadas, defender os ataques de Israel a Faixa de Gaza, em contraposição a proposta de paz.
Como expressou Eduardo Galeano em um dos seus artigos em 2005, mas que continua atualizado, “as guerras mentem… Nenhuma tem a honestidade de confessar: ‘Eu mato para roubar’”. Estes conflitos só trazem sofrimento e dor, o caminho é a construção da paz. É preciso condenar qualquer ato terrorista, o que não pode é condenar a morte um segmento e apoiar o massacre de uma população considerada numa visão racista como “animais”.
O Brasil que assumiu a Presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), em outubro, tem tido posicionamento exemplar em busca da paz no Oriente Médio, único caminho para preservar vidas humanas.
www.bancariosbahia.org.br/Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ
