A Petrobras, que celebra 70 anos nesta terça-feira (03/10), enfrenta um dilema que a coloca em uma posição bem diferente da que já ocupou. Nos últimos anos, a maior empresa do Brasil teve parte do patrimônio privatizado, com investimentos e quadro de funcionários reduzidos. O processo de encolhimento afetou a importância para a economia nacional, algo que agora busca reverter.
A descoberta do pré-sal, no governo Lula, em 2006 catapultou a Petrobras ao topo do setor, mas em 2014, a operação Lava Jato destroçou a empresa, resultando no golpe da então presidente Dilma Rousseff e em políticas que a direcionaram para atender aos interesses de acionistas privados.
Sob a gestão de Michel Temer e Jair Bolsonaro, a Petrobras vendeu ativos lucrativos e concentrou-se estritamente na exploração de petróleo, enquanto as concorrentes se preparavam para a transição energética. O resultado foi a privatização de 71% dos ativos, totalizando mais de R$ 290 bilhões em patrimônio.
A consequência foi uma Petrobras inoperante, o que impactou toda a economia do país. Os investimentos da empresa, que já representaram até 14% do total nacional, agora equivalem a apenas 7%, refletindo no crescimento do PIB, a geração de empregos e renda.
A dependência do mercado internacional tornou o Brasil vulnerável a choques externos, como conflitos geopolíticos ou desastres naturais que afetam a produção de petróleo global. Por isto, a Petrobras precisa resgatar a identidade como uma estatal que atende aos interesses da população em primeiro lugar, em vez de privilegiar acionistas nacionais ou estrangeiros.
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