Mercado eleva para 2,89% projeção do crescimento da economia em 2023 e estimativa de inflação cai para 4,86%. Essa perspectiva deve pressionar ainda mais o BC a baixar os juros
O Comitê de Política Econômica Monetária (Copom), órgão do Banco Central, se reúne nesta terça-feira (19) e quarta (20) para definir se a taxa de juros, a Selic, se mantém nos atuais 13,25%; se sobe, ou cai. A perspectiva é de que haja mais uma queda de 0,50%, mas ainda é pouco diante da melhora do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do controle da inflação, índice que tem se mantido praticamente dentro da meta.
Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O boletim Focus desta segunda-feira (18), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos, estima que o crescimento do país para 2023 seja de 2,89%- uma projeção maior do que a anterior de 2,64%. No entanto, somente neste semestre o crescimento do PIB foi de 3,7%. O acumulado dos últimos 12 meses é de 3,2%. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.
Inflação
No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do país, a previsão é de queda ficando em 4,86% neste ano contra 4,93% da estimativa anterior. A estimativa deste índice está acima do teto da meta de inflação do BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Neste ano, o IPCA acumula taxa de 3,23% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,61%.
Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 3,86%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
CUT critica taxa de juros
A última vez em que o Banco Central tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. A partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos.
Para a CUT, apesar da significativa melhoria de todos os indicadores macroeconômicos, o Copom tem feito um corte muito abaixo do possível na taxa Selic, mantendo as taxas de juros nas alturas e seu sistemático boicote ao povo brasileiro.
Em nota, a Central Única dos Trabalhadores disse após a última reunião do Copom em agosto, que “a redução de apenas 0,5% em uma taxa Selic que vem sendo mantida em patamares superiores a 13% desde agosto de 2022 continua sendo inaceitável. Esta posição intransigente por parte de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central tem sido uma forma de fazer oposição sistemática ao governo federal e ao crescimento econômico”.
www.cut.org.br/Com informações da Agência Brasil.