Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Combater as desigualdades – Por um Brasil mais humano e menos desigual

Vista aérea da favela de Paraisópolis ao lado de edifícios de luxo no Morumbi, em São Paulo. Foto: Amanda Perobelli - Reuters.
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A eleição de Lula foi uma grande vitória da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Mas a mudança do cenário político alcançada com a derrota do fascismo e da empreitada golpista de 8 de janeiro, por si só, não será suficiente para superar o caos patrocinado nos últimos seis anos pelo receituário ultraliberal.

Nos governos Temer e Bolsonaro o Brasil assistiu o agravamento do desemprego e da pobreza, da carestia e da fome. Milhões de brasileiras e brasileiros foram condenados ao desalento e ao abandono, a ciência e a vacina foram negadas, o Ministério da Saúde militarizado e transformado num balcão de negócios durante a pandemia, o SUS foi enfraquecido e mais de 700 mil brasileiras e brasileiros morreram por Covid-19.

Os números da pobreza no Brasil são alarmantes, mais ainda quando associamos aos desempregados, subocupados e aqueles que estão fora da força de trabalho, mas precisam e gostariam de trabalhar, como os desalentados. Esse contingente de subutilizados no segundo trimestre de 2023 foi estimado em 20,4 milhões de pessoas (PNAD Contínua). É uma força de trabalho subutilizada porque a economia brasileira não tem a capacidade de gerar empregos de qualidade em quantidade suficiente para o seu povo.

A informalidade abrange 39% do mercado de trabalho, o que equivale a um contingente de 37,4 milhões de trabalhadoras e trabalhadores. Isto ajuda a explicar a existência de 116,8 milhões de brasileiros sem acesso pleno e permanente a alimentos. Desses, 21 milhões de pessoas não têm o que comer todos os dias e 70,3 milhões seguem em insegurança alimentar, diz ONU, uma vergonha para um país que exibe o título de maior exportador de proteínas do mundo.

A economia é vítima dos juros altos, impostos por um Banco Central que se tornou “autônomo” em 2021, durante o governo Bolsonaro. A bem da verdade, é autônomo em relação ao governo e aos interesses populares, mas completamente dependente e subordinado aos interesses do sistema financeiro.

Banqueiros e rentistas estão enchendo as burras com as taxas de juros reais mais altas do mundo. A Selic está em 13,25% e as taxas praticadas pelos bancos no cartão de crédito ultrapassam 400% ao ano. Se, de um lado os lucros no sistema financeiro continuam em alta, do outro a economia sofre com as restrições dos investimentos e do consumo impostas pela política monetária, capitaneada pelo bolsonarista Roberto Campos Neto.

Lula assumiu a Presidência com a missão de reconstruir o Brasil, promover uma neoindustrialização, resgatar a política de valorização do salário-mínimo e abrir caminho para um novo projeto de desenvolvimento nacional com democracia, soberania e valorização do trabalho. Não restam dúvidas de que o governo vem dando passos nesta direção, mas não são poucos os obstáculos com que se defronta neste caminho.

O povo clama por respostas urgentes no enfrentamento às escandalosas desigualdades. Isto, por outro lado, vai exigir um importante pacto das forças democráticas em defesa da vida e da desconcentração da riqueza, da erradicação da miséria e da pobreza. Nosso desafio é realizar uma grande mobilização nacional para alcançar este objetivo, que não virá sem luta.

www.ctb.org.br/Adilson Araújo- Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

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