A comunidade quilombola não pode continuar sofrendo com disputas territoriais e ser dizimada. Na Bahia, o governo precisa agir com rigor e prender os mandantes e os assassinos de Bernadete Pacífico. Passou da hora de os crimes cometidos diariamente, seja por invasão de terra, ameaças ou homicídio, terem apuração e punição exemplar dos envolvidos.
É o caso do assassinato de Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, 72 anos, líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Bahia. O governo do Estado deve agir com rigor e prender os executores e mandantes de mais um crime bárbaro, que, muitas vezes, passa despercebido pela sociedade.
Bernadete era Yalorixá, coordenadora da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) e ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial que lutava em defesa da cultura popular. Era também muyito conhecida pela luta incessante por justiça ao filho, Flávio Gabriel dos Santos, o Binho do Quilombo, assassinado há seis anos, também na área do quilombo.
Os crimes não podem ficar impunes. Importante destacar que há dois meses, Bernadete alertou que ela e outras lideranças do quilombo estavam sofrendo ameaças de mortes, que viriam de grupos ligados à especulação imobiliária em Salvador.
O Quilombo
O Quilombo Pitanga dos Palmares é responsável pela associação onde mais de 120 agricultores que produzem e vendem farinha para vatapá, frutas e verduras. Cerca de 290 famílias vivem no local de 854 hectares.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, existem 5.972 localidades quilombola. A Bahia é o estado com maior número de localidades, acumulando 1.046 no total.
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