Em nota, Federação Única dos Petroleiros aponta importância de acelerar a autossuficiência do Brasil também na produção de derivados de petróleo
A Petrobrás anunciou nessa terça-feira (15) o reajuste dos preços da gasolina e do diesel que passaram a valer a partir de hoje. A gasolina aumentará em 16% nas refinarias e o diesel, 26%. A elevação evidencia a necessidade urgente de o Brasil acelerar o processo de autossuficiência no refino de derivados de petróleo, reduzindo, ou até mesmo eliminando, importações no médio e longo prazos.
A demanda interna é de 2,4 milhões de barris/dia de derivados de petróleo. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o nível das importações de gasolina oscila bastante de mês a mês, girando de 5% a 15% do consumo, na maior parte dos meses. No mês de junho, último dado da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ficou em 11%. No caso do diesel, o nível varia entre 20% e 30% do consumo interno; em junho, ficou em 20%. No caso do GLP, o gás de cozinha, as importações respondem por cerca de 20% do consumo, em média.
Coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, explica como o investimento na produção para abastecimento do mercado interno impacta os preços.
“Com a autossuficiência, custos de importação deixarão de existir e não mais influenciarão na formação dos preços no mercado nacional, contribuindo para abrasileirar os preços domésticos. As obras precisam ser aceleradas para que a autossuficiência chegue mais rápido”, diz o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
As refinarias da Petrobrás operam hoje com cerca de 93% de Fator de Utilização, bem acima da média de 65% praticada no governo passado, quando as importações de combustíveis foram elevadas.
O aumento da capacidade de refino está contemplado no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo presidente Lula, no último dia 11 de agosto, com a expansão de refinarias existentes e o término do trem 2 da refinaria Abreu e Lima (Rnest) em Pernambuco.
Também o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) está no novo programa, e, segundo Bacelar, não deve ser apenas uma unidade de processamento de gás natural e de lubrificantes; tem que ter também uma unidade de destilação de petróleo. E havendo ainda necessidade, o Brasil deve investir na construção de uma nova refinaria, uma refinaria moderna, do futuro, à base de óleo vegetal.
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