Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Inadimplência acelera na classe média, aponta CNC

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“Temos cada vez mais pessoas atrasando pagamentos”, disse a economista Izis Ferreira, sobre o aumento de 20,4% para 22,6% na parcela dos que ganham entre 5 a 10 salários mínimos

Nos quatro primeiros meses de 2023, a inadimplência cresceu mais e em ritmo mais acelerado na classe média, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De janeiro a abril, subiu de 20,4% para 22,6% a parcela de inadimplentes que compõem o grupo com ganhos entre 5 a 10 salários mínimos mensais, diz o levantamento feito pela CNC, a pedido do Valor Econômico. No grupo com ganhos de 3 a 5 salários mínimos, a inadimplência saltou de 27,2% para 27,3%. Já para os acima de 10 salários mínimos, subiu de 13,5% para 13,9%.

“Temos cada vez mais pessoas atrasando pagamentos”, disse Izis Ferreira, economista da CNC.

No período, na média para as outras faixas de renda, houve um recuo no número total de inadimplentes, de 29,9% para 29,1%, que foi puxada pelo grupo com ganhos de zero a 3 salários mínimos, cuja inadimplência caiu de 38,7% para 36,3%.

“As taxas de juros estão cada vez mais altas”, aponta o diretor do centro de políticas sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), Marcelo Neri, ao observar que a classe média tem recorrido cada vez mais a empréstimos e, principalmente, ao cartão de crédito, para custear as despesas do dia a dia. “As crises dos últimos três anos causaram um duro golpe na renda da classe média”.

Segundo dados do Banco Central, divulgados nesta terça-feira (30), a taxa média de juros dos bancos cobrada em operações de crédito livres, para pessoas físicas e jurídicas, atingiu em abril o maior patamar em cinco anos. Os juros do cartão de crédito explodiram para 447,5% a.a. (rotativo) e no parcelado chegou a 200,7% a.a.

No ambiente de baixo crescimento econômico destes últimos anos, com queda na renda e desemprego elevado, os brasileiros que já enfrentavam grandes dificuldades para conseguir quitar suas dívidas tiveram a situação agravada, após o ciclo de aumento nos juros pelo Banco Central (BC), iniciado em março de 2021, que culminou na atual taxa de 13,75% a.a, que coloca o Brasil com a maior taxa de juros reais do mundo.

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