O foco de investigação da CPMI serão os bolsonaristas, responsáveis pelos ataques golpistas aos prédios principais dos três Poderes, inclusive, os autores intelectuais como o ex-presidente Bolsonaro
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu nesta quarta-feira (26) o requerimento para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), do 8 de janeiro em sessão do Congresso Nacional. A previsão é que a CPMI seja instalada de fato após o feriado do 1º de Maio.
A CPMI deve investigar os atos praticados pelos vândalos que destruíram as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), como também os organizadores dos atos golpistas, os financiadores dos acampamentos e caravanas e os autores intelectuais, como o ex-presidente Bolsonaro, que nesta quarta, depôs durante mais de duas horas na Polícia Federal, suspeito de ter incentivado os ataques aos poderes constituídos.
Apesar da comissão ter sido pedida pela oposição e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentam responsabilizar o atual governo federal pelos atos cometidos pelos acampados que pediam golpe militar, a ala governista deve ter maioria na composição da CPI, com 20 dos 32 membros (metade senadores, metade deputados), segundo informação do G1.
Na Câmara, diz a Folha de São Paulo, o bloco do presidente da Casa Arthur Lira (União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota), que é também o maior, terá direito a indicar cinco deputados.
Na sequência, vem MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC, com quatro indicações; o PL, maior sigla da Casa, com três; a federação entre PT, PC do B e PV, terá mais duas; e PSOL e Rede, uma.
No Senado, os dois maiores blocos são pró governo: MDB, União Brasil, PDT, Rede, PSDB e Podemos, que terá direito a seis nomes na CPI, seguido de PT, PSD, PSB e Rede com seis. PP e Republicanos tem dois e o PL e o Novo, um.
A relação de vagas por bloco ainda precisa ser publicada pela presidência do Congresso para que passe a valer efetivamente.
A oposição mira nos depoimentos do ministro da Justiça Flávio Dino, do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (SGI), general Gonçalves Dias, e o atual secretário-executivo da Pasta GSI Ricardo Cappelli, que atuou como interventor na segurança do Distrito Federal, após o afastamento de Anderson Torres do cargo de secretário de segurança do DF. Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, está preso acusado de participação efetiva em 8 de janeiro e de ter colocado a Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas ruas para barrar ônibus que transportavam eleitores do presidente Lula, no dia do segundo turno das eleições que deu vitória ao petista.
Já os governistas querem chamar integrantes do primeiro escalão bolsonarista. Dentre eles, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Jair Bolsonaro, general Braga Netto, e o ex-titular da Defesa, general Paulo Sérgio, além do próprio Bolsonaro.
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