Para educadora do SOS Corpo, a Lei Maria da Penha é uma conquista, mas tem sofrido com a falta de investimentos
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Enquanto o Dia Internacional de Luta da Mulher se aproxima, os dados refletem o aumento da violência contra a mulher e o desmonte das políticas de enfrentamento. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Violência Contra a Mulher, 86% das brasileiras perceberam aumento da violência contra elas no ano de 2021. O número é 4% maior do que em 2020.
No Rio Grande do Sul, um levantamento recente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), apontou que os casos de feminicídio subiram 21% em 2021 no estado. Já em São Paulo, uma pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostrou que um terço dos paulistanos conhecem pelo menos uma vítima de violência doméstica.
Esses dados revelam o quanto a violência de gênero, feminicídio, estupro e outras opressões tem afetado as mulheres brasileiras. Analba Brazão Teixeira, do Instituto SOS Corpo, em Pernambuco, participa do Entrevista Central e aborda os principais fatores que influenciam nestes aumentos.
“O aumento do conservadorismo, esse governo que não investe em políticas públicas de enfrentamento à violência, além da própria pandemia, porque as mulheres ficaram mais tempo com os seus agressores dentro de casa, todas essas situações influenciaram nesse aumento de violência contra as mulheres”, avalia.
A pesquisadora também fala sobre os recortes da violência, que atinge mais as mulheres negras e periféricas.
“Essa violência atinge a todas, mas os fatores de classe, orientação sexual e raça agravam essas violências. A lei Maria da Penha foi uma conquista, mas ainda temos que avançar, porque sua implementação ainda tem lacunas e precisa de melhorias”.
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O levantamento recente da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), aponta o crescente endividamento dos brasileiros: 69,7% da população do país está endividada. Destes, 43,2% declararam que não conseguirão quitar seus débitos. O Nacional explora as principais razões do endividamento e de que forma ele recai principalmente sobre as mulheres.
O editor do Boletim Ponto, Miguel Stédile, participa do Embarque Imediato e fala sobre a aproximação de Bolsonaro com a Rússia em meio ao conflito com a Ucrânia.
A Parada Cultural indica a série audiovisual “Sobejo: processo indeferido”. O projeto traz em formato de série audiovisual homônima cinco episódios que ocorrem em torno das formas de violência tipificadas na Lei Maria da Penha.
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