Em resposta aos atos de vandalismo praticados em 8 de janeiro nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, o Supremo Tribunal Federal (STF) lançou na terça-feira (17/1) a campanha “Democracia Inabalada” (#DemocraciaInabalada).
Até o dia 1º de fevereiro, serão exibidos vídeos na TV Justiça, em outras emissoras, sites e realizadas postagens nas redes sociais do Tribunal, com o objetivo de chamar a atenção para o lamentável episódio e destacar que a democracia saiu fortalecida desses acontecimentos.
Ao lançar a campanha, a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, destacou que o STF “reconstituirá seu edifício-sede, patrimônio histórico dos brasileiros e da humanidade, e símbolo do Poder Judiciário, um dos três pilares da democracia constitucional brasileira”.
“Os trabalhos envolvem remover estilhaços, reerguer mesas e cadeiras, reedificar os espaços e restaurar móveis e antiguidades. Contudo, a resposta aos atos criminosos passa também por difundir a mensagem de que a Suprema Corte – e a defesa que faz da democracia e do estado de direito – seguem inabaláveis”, declarou.
Todo o conteúdo da campanha, como cards para redes sociais, vídeos e demais materiais de divulgação, foi produzido pela TV Justiça com o apoio da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) e ficará disponível para compartilhamento por entidades, outros tribunais, órgãos públicos e quaisquer interessados em aderir à campanha.
Alguns ministros do Supremo também usaram suas redes sociais na terça para defender a democracia contra os ataques terroristas.
“O STF foi danificado por terroristas. Mas as Instituições não são feitas só de tijolos, são feitas de pessoas, coragem e determinação. Vamos reconstruir as estruturas e mostrar que a CF [Constituição Federal] e a Democracia seguem mais fortes do que nunca”, postou o ministro Alexandre de Moraes.
O decano do STF, ministro Gilmar Mendes, escreveu: “Neste momento, dezenas de pessoas trabalham para reerguer o plenário do Supremo Tribunal Federal. Foram severos os danos ao patrimônio público, mas o trabalho do STF em defesa da Constituição nunca foi abalado”.
Para o ministro Luís Roberto Barroso, prédios “podem ser destruídos”, mas a “democracia é invencível”. “Ela representa o esforço da humanidade para que todos sejam livres e iguais. A história mostra que tiranos, terroristas e outros delinquentes não podem derrotá-la”, disse.
Barroso considerou que a invasão do Supremo, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto reuniu diferentes tipos de criminosos: “Os fascistas, movidos pelo ódio e pela intolerância; os mercenários, que receberam dinheiro ou monetizam o terror; e os que sofrem de uma alucinação coletiva: a crença na mentira de que houve fraude”.
O magistrado acredita tratar-se de “um Brasil que adoeceu, se perdeu e que precisamos curar”.
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