A Refinaria de Mataripe, na Bahia, também privatizada por Bolsonaro, tem os preços mais caros do país
Sob o controle do grupo privado Atem, a Refinaria da Amazônia (Ream) aplicou na última quinta-feira (5) o terceiro aumento consecutivo no preço da gasolina em Manaus.
A Ream, antiga Refinaria Isaac Sabbá (Reman) da Petrobrás, reajustou para cima o preço da gasolina em 7,3%. Com isso, o litro do combustível saiu dos R$ 3,10 para R$ 3,32 para os revendedores.
Para os consumidores, o valor do litro saltou de R$ 4,49 para R$ 4,99, segundo informações do jornal “Amazonas Atual”. Quando a Atem assumiu a refinaria em 1º de dezembro, o preço da gasolina para os proprietários de postos estava em R$ 3,21.
Já o do diesel foi elevado em 5,3%, saindo dos R$ 4,51 para R$ 4,75 aos distribuidores. Para o consumidor, subiu de R$ 6,49 para R$ 6,89. Esse foi o segundo aumento seguido no preço deste combustível, após três recuos. Em 1º de dezembro de 2022, o preço do diesel aos proprietários de postos estava em R$ 4,87.
A refinaria Ream, com capacidade de processamento de 46 mil barris/dia e seus ativos que incluem um terminal aquaviário, foi vendida pelo governo Bolsonaro em agosto de 2021 por US$ 257,2 milhões ao grupo privado Atem.
No entanto, o processo de venda só foi concluído em 30 de novembro do ano passado. Em seus primeiros dias como controladora, a Atem anunciou nova política de preços para a refinaria e aumentos dos combustíveis, começando pelo do gás de cozinha. A refinaria produz 10% do produto que abastece o Norte do país.
Com a justificativa de reduzir os preços dos combustíveis, o governo de Bolsonaro entregou para Atem o monopólio regional de fornecimento de combustível e controle sobre preços, assim como fez no caso da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, privatizada final no ano de 2021, que, sob o controle do fundo árabe Mubadala Capital, passou a ter um dos combustíveis mais caros do país.
RLAM
A RLAM, que hoje atua com o nome de Refinaria de Mataripe, responde por cerca de 14% da capacidade de refino do Brasil e vende combustíveis para os Estados da Bahia e Sergipe, além de outros Estados da região Norte e Nordeste.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nacional do litro da gasolina voltou a ficar acima do patamar dos R$ 5 na primeira semana de 2023.
Entre os dias 1º e 7 de janeiro, o litro da gasolina chegou a R$ 5,12 nos postos do país, um aumento de 3,2% contra os R$ 4,96 cobrados pelo combustível na semana anterior, sendo a segunda semana seguida de alta no preço da gasolina.
Segundo a ANP, a região Nordeste registrou o segundo maior aumento semanal por região nos preços ao consumidor final, 3,77%. A maior alta regional, 4,31%, aconteceu no Norte do país, que é atendida pela Refinaria da Amazônia.
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