Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ segunda-feira, novembro 25, 2024
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Carestia de alimentos continua

Foto: Agência Brasil
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Preço da comida no domicílio acumula alta de 14,63% em 12 meses

A prévia da inflação de setembro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) do IBGE, divulgada nesta terça-feira (27), apontou um pequeno recuo no grupo Alimentação e bebidas (-0,47%) puxado por alimentação no domicílio (-0,86%), o que é incapaz de afastar o sentimento de agonia que as famílias sentem – principalmente as mais carentes deste país – quando vão ao supermercado, já que os preços dos alimentos consumidos em casa subiram 14,63% nos últimos 12 meses.

Apesar do recuo do leite longa vida (-12,01%) em setembro, por exemplo, os preços do leite ainda acumulam alta de 58,19% no ano, penalizando as famílias e, particularmente, as crianças. O mesmo ocorre com vários produtos que compõem a cesta básica dos brasileiros que tiveram seus preços lançados na lua no governo Bolsonaro e continuam em patamares elevadíssimos.

As maiores altas verificadas em doze meses são: Cebola (116,74%), Melão (65,59%), Mamão (65,55%), Tangerina (53,26%), Leite longa vida (46,39%), Manga (45,81%), Café moído (41,25%), Maracujá (40,34%), Melancia (40,15%), Milho em grão (38,18%), Maçã (36,49%), Alimento Infantil (35,90%), Farinha de Arroz (35,21%), Leites e Derivados (33,65%), Farinha de trigo (33,21%), Frutas (31,69%), Banana-prata (31,10%), Maionese (29,91%), Queijo (28,19%), Macarrão instantâneo (27,92%), Banana-d’água (27,50%), Leite condensado (26,73%), Pão de forma (26,27%), Manteiga (24,13%), Café solúvel (22,91%), Leite de coco (22,53%), Brócolis (22,24%), Requeijão (22%), e Margarina (21,77%).

A deflação de 0,37% registrada no IPCA-15 de setembro, considerado uma prévia da inflação, foi puxada principalmente pelo recuo nos preços dos combustíveis. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 passou de 9,6% em agosto para 7,96% em setembro.

O recuo no indicador vem na esteira da diminuição dos preços da gasolina e do diesel, que tiveram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos Estados reduzidos às vésperas das eleições pelo governo Bolsonaro – medida que retirou as receitas dos serviços públicos de Estados e municípios -, além da redução dos preços destes produtos nas refinarias da Petrobrás.

De acordo com o IPCA-15, o preço do etanol caiu 10%, seguido da gasolina (-9,78%), óleo diesel (-5,40%) e gás veicular (-0,30%). Apesar de ter registrado queda na comparação mensal, o diesel que tem impacto no preço dos alimentos, por onerar a produção e os serviços de transportes, acumula alta de 47,82 % em 12 meses.

A queda nos preços dos combustíveis na bomba não aliviou o desconforto dos brasileiros na hora de comprar comida. Não à toa, cerca de 5 milhões de brasileiros estão deixando os alimentos na “boca do caixa”. O recuo de -0,47% registrado em setembro no grupo alimentos e bebidas não compensou o avanço da inflação neste grupo no acumulado do ano, com alta de 12,73%.

Com a renda arrochada, uma cesta básica de alimentos consome, em média, mais de 50% do salário mínimo na maioria das capitais brasileiras.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, apenas três tiveram queda de preços: Transportes (-2,35%), Comunicação (-2,74%) e Alimentação e Bebidas (-0,47%). Registraram altas: Educação (0,12%), Artigos de residência (0,24%), Habitação (0,47%), Despesas pessoais (0,83%), Saúde e cuidados pessoais (0,94%) e Vestuário (1,66%).

A carestia dos alimentos agrava o quadro da fome no Brasil. São mais de 33 milhões de pessoas no país em situação de insegurança alimentar grave, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN).

No Brasil, com mais de 9,9 milhões de pessoas desempregadas e outros 39,3 milhões de trabalhadores na informalidade do trabalho, tirando seu sustento dos famosos “bicos”, a alta dos preços dos alimentos também vem acompanhada pelo aumento de outras despesas do dia a dia.

Além do grupo alimentos e bebidas, Saúde e cuidados pessoais (8,98%) também segue em alta expressiva em um ano. Os itens de higiene pessoal subiram 11%, os produtos farmacêuticos (15,54%) e os planos de saúde (2,68%).

Em produtos de vestuário, a alta chega a 18,33% em 12 meses. O grupo Vestuário, que inclui itens como roupas femininas, masculinas e infantis, subiu 1,66% em setembro.

O IPCA15 também apontou um aumento nos preços dos produtos vinculados à Habitação (0,47%), puxada pelos aumentos dos produtos de limpeza (1,23%), combustíveis domésticos, no caso o gás de botijão que subiu 0,81% no mês, além das altas do aluguel residencial e a energia elétrica que subiram 0,72% e 0,41%, respectivamente.

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