Mortes avançam em ritmo crescente há um mês; país registra mais de 200 óbitos por dia desde 28 de junho
Pela segunda semana seguida, o total de casos de covid-19 registrados no Brasil ficou acima de 400 mil, patamar que não era observado desde fevereiro deste ano. O número de casos diários é superior a 50 mil desde 25 de junho, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Entre o início e o fim da semana passada foram confirmados 402.654 infecções em território nacional. Há a percepção de que o cenário pode ser ainda mais grave, por causa da subnotificação. O governo federal não elaborou mecanismos para contabilizar os resultados dos autotestes, cada vez mais usados no Brasil.
O patamar superior a 400 mil foi registrado pela primeira vez no país em fevereiro de 2021, no início do que viria a ser o período mais grave da trajetória do coronavírus em território nacional. Nos cinco meses seguintes, mais de 250 mil pessoas perderem a vida para a covid-19.
Com quase 80% da população totalmente vacinada, de acordo com os protocolos iniciais da campanha de imunização, os óbitos no Brasil não aumentam na mesma proporção observada no colapso sanitário do ano passado.
Ainda assim, o total de mortes relatadas semanalmente aumenta sem parar há um mês e chegou a 1.696 no período que se encerrou sábado (10). Atualmente, mais de 200 pessoas morrem por causa do coronavírus a cada 24 horas no Brasil.
Reinfecções
Dados divulgados pela Rede Genômica Fiocruz apontam que a crescente circulação de duas linhagens da variante Ômicrom podem levar o Brasil a uma nova onda de reinfecções.
De acordo com o informe há uma mudança na dinâmica da pandemia em território nacional com maior detecção das linhagens BA. 4 e BA. 5. Em 81 casos de reinfecção avaliados entre 16 a 30 de junho, 68 estavam associados à Ômicrom, incluindo pessoas contaminadas duas vezes por linhagens distintas.
“Casos de reinfecção pelo Sars-CoV-2 podem ocorrer com frequência, especialmente quando uma variante antigenicamente muito diferente começa a circular (…) algo similar pode ser esperado neste momento, com a crescente circulação das variantes BA. 4 BA. 5, que são bem distintas da BA. 1 e da BA. 2, que dominaram o cenário epidemiológico brasileiro no primeiro semestre deste ano”, explica texto divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O cenário observado no Brasil segue tendência observada na Europa e na América do Norte. Isso sugere que a BA.4 e a BA.5 devem caminhar para se tornar dominantes no país.
www.brasildefato.com.br/Nara Lacerda