Médica sanitarista Karina Calife cobra atenção das autoridades e da população para a vacinação contra a covid-19 e o uso de máscaras em ambientes fechados
São Paulo – Para a professora e médica sanitarista Karina Calife, o atual cenário da pandemia de covid-19 no Brasil mostra que o país foi precipitado ao flexibilizar as medidas de segurança sanitária, principalmente pela liberação do uso de máscaras em locais fechados. Em entrevista ao programa Revista Brasil TVT nesse fim de semana a especialista advertiu que a flexibilização pelo governo federal e em alguns estados e municípios “nunca teve um suporte do ponto de vista técnico e científico”, o que está diretamente associado ao registro de aumento de novos casos da doença do coronavírus.
“Foi precipitado porque a pandemia não acaba por decreto”, alertou aos jornalistas Cosmo Silva e Ana Rosa Carrara. Conforme reportou a RBA, na última quinta (26), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou boletim Infogripe indicando uma tendência de aumento dos casos de covid-19 em todas as regiões do país, durante a última semana epidemiológica, entre 15 e 21 de maio. Segundo o levantamento, a doença do novo coronavírus respondeu por cerca de 48% das ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas quatro semanas. Em relação às mortes por SRAG, 84% estão relacionadas à covid.
Os cuidados seguem
A médica sanitária ressalta que o Brasil viveu um período de trégua em relação ao cenário epidemiológico por conta da onda de ômicron, em janeiro de 2021. Assim como pelo avanço da vacinação. Mas o momento volta a ser de atenção e o aumento de casos deve continuar nas próximas semanas. Ela enfatiza que essa não é a hora de tirar a máscara, especialmente em ambientes fechados. E comenta que o ideal é evitar ser infectado pela doença do novo coronavírus. Karina lembra que, mesmo que a vacinação venha também reduzindo o número de óbitos, estudos mostram entre 10% a 30% dos casos desenvolveram sequelas que diminuem a qualidade de vida ou mesmo a chamada covid longa.
Nesse domingo (29), o Brasil registrou oficialmente 62 mortes e 8.195 novos casos de covid-19, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Ao todo, o país contabiliza mais de 30.953.579 diagnósticos positivos para a doença do novo coronavírus e 666.453 vidas perdidas.
Confira a entrevista