O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão. Foi o país que mais recebeu pessoas escravizadas no continente.
O 13 de Maio de 1988 se configura como a ruptura de uma organização do trabalho brasileira cujo modelo havia se tornado insustentável por questões humanitárias, pressões econômicas e políticas dentro do contexto mundial de Revolução Industrial.
A abolição formal, porém, não resultou na inserção sócio-econômica dos escravizados recém-libertos, perpetuando-se a pobreza, a marginalização e o preconceito mesmo no sistema de trabalho livre. Como um dos resultados deste legado, até os dias atuais observa-se o tratamento desigual conferido a população negra no mercado de trabalho, com menor patamar remuneratório e em trabalhos precarizados.
Antes de uma celebração de um ato formal, portanto, o 13 de maio deve ser lembrado como o estertor de uma organização de trabalho trágica e que precisa ser abolida reiteradamente até os dias atuais.
Anamatra – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
