Jair Bolsonaro acabou com a política de valorização do salário mínimo, fez a inflação e o custo de vida dispararem, mergulhando o país em uma crise sem fim. O cenário é tão ruim que o atual presidente será o primeiro, desde o início do plano Real, em 1994, a terminar o mandato com o salário mínimo valendo menos.
A perda será de 1,7% se a inflação não acelerar mais do que o previsto pelo mercado. Detalhe: todos os meses, a previsão aumenta. Em números, em dezembro de 2018 o piso salarial era de R$ 1.213,84. Em dezembro de 2022 será de R$ 1.193,37, descontada a inflação.
A população mais carente, que ganha menos, é a que mais sente o peso, conforme mostra pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Para as famílias com renda de até R$ 1.808,70, a inflação chegava a 10,9% nos 12 meses encerrados em fevereiro. Já as famílias com renda muito alta (maior que R$ 17.764,49), era de 9,7%.
Os dados mostram ainda que as classes D e E comprometem cerca de 78% da renda com itens essenciais, como aluguel, alimentação, gás, energia e saúde. Quer dizer, no fim das contas, sobra muito pouco para o restante das despesas. Por isso, o endividamento só faz aumentar.