O retorno da carestia: inflação empobrece ainda mais a população e volta à pauta no 1º de Maio
Enquanto os preços de produtos básicos não param de subir, salário mínimo é “congelado” e parte da negociações perde para a inflação
Nesta semana, o IBGE anunciou o resultado do IPCA-15, considerado a “prévia” da inflação oficial, mostrando o maior índice para abril em 27 anos e uma taxa acumulada acima de 12%. Com altas ainda maiores para produtos básicos. O preço da gasolina segue aumentando. A alta do gás de cozinha é a maior neste século. Consumidores temem novo reajuste das tarifas de energia elétrica.
Ao mesmo tempo, o atual governo acabou com a política de valorização do salário mínimo, que não tem ganho real. E o acompanhamento mensal feito pelo Dieese mostra que os preços dos produtos da cesta básica continuam subindo pelo país.
Em 12 meses, até março, os valores da cesta subiram nas 17 capitais pesquisadas. Essa alta variou de 11,99% (Aracaju) a 29,44% (Campo Grande). A cesta mais cara (a de São Paulo: R$ 761,19) levou o Dieese a calcular em R$ 6.394,76 o salário mínimo necessário para as compras básicas de uma família com quatro integrantes. Ou 5,28 vezes o mínimo oficial. Há um ano, essa proporção era de 4,83.
Entre uma motociata e outra – foram duas apenas nesta semana, em horários de expediente –, o presidente da República disse que o país de fato sofre com a inflação, mas atribui o problema a fatores externos. Não cita, por exemplo, a política de preços da Petrobras ou o abandono dos estoques reguladores. E disse à agência Reuters que o país pelo menos não tem desabastecimento.