“Bandeira verde para todos” é mais um estelionato eleitoral
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com o aval do governo Bolsonaro, autorizou o aumento da conta de luz dos estados do Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe. O tarifaço da conta da luz ocorre após Bolsonaro declarar o fim da bandeira tarifária “Escassez Hídrica”, iniciada em setembro de 2021, que acrescentou R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, até o dia 16 de abril. Segundo o governo, o fim da cobrança extra faria as contas de luz caírem 20%.
Em sua rede social, Bolsonaro – que não investiu nada e criou a cobrança extra por não ter nenhum plano de contingência para o enfrentamento de crises hídricas no país – declarou: “Bandeira verde para todos os consumidores de energia a partir de 16/04. A conta de luz terá redução de cerca de 20%”, escreveu Bolsonaro, em seu Twitter, onde anunciou a antecipação do fim da bandeira tarifária de escassez hídrica.
Puro engodo. Retirou-se a cobrança extra e agora achaca os consumidores brasileiros por meio dos aumentos das tarifas.
No Ceará, o reajuste tarifário anual da Enel Distribuição, empresa que atende cerca de 3,8 milhões de unidades consumidoras, foi de 24,85%, na média. Para o consumidor residencial, o aumento foi de 23,99%; para os consumidores de alta tensão com grande demanda de energia (como indústrias), a alta foi de 24,18%; para os consumidores de baixa tensão (em geral residências e pequenos negócios), o aumento foi de 25,12%; e para imóveis residenciais com baixo consumo, o reajuste foi de 24,66%.
Na Bahia, o reajuste tarifário anual da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), que atende cerca de 6,3 milhões de unidades consumidoras, ficou em 21,13%, na média. Aumento de 20,73% para o consumidor residencial. De 21,35% para os consumidores de baixa tensão e de 20,54% para os de alta tensão – todos em média.
No Rio Grande do Norte, o reajuste tarifário anual da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Neoenergia Cosern), responsável pela distribuição de energia a 1,5 milhão de unidades consumidoras, foi de 20,36%, na média. Um aumento de 19,87% para o consumidor residencial. Para os consumidores de baixa tensão, foi de 20,55%, e para os de alta tensão, de 19,75% – todos em média.
Em Sergipe, o reajuste tarifário anual da Energisa Sergipe (SE), que atende cerca de e 825 mil unidades consumidoras, foi de 16,24%, na média. O valor do reajuste será de 16,46% para consumidores residenciais. Para os consumidores de baixa tensão, alta de 16,88%, e para os de alta tensão, alta de 14,76% – todos em média.
As novas tarifas começaram a valer a partir de sexta-feira (22).
Dia 12 de abril a Aneel já havia aprovado reajustes nas tarifas em dois estados do Centro-Oeste do país.
No Mato Grosso, o reajuste tarifário anual da Energisa Mato Grosso, que atende cerca de 1,56 milhão de consumidores, ficou em 22,55%, na média. Para consumidores residenciais, o reajuste foi de 20,36%. Sendo, para os consumidores de baixa tensão, o reajuste de 21,62%, e para os consumidores de alta tensão, de 24,96% – todos em média.
Já no Mato Grosso do Sul, o reajuste para Energisa Mato Grosso do Sul (EMS), que atende cerca de 1,08 milhão de consumidores, ficou em 18,16%, na média. Para os consumidores residenciais o reajuste foi de 16,83%. Para os consumidores de baixa tensão, aumento de 17,93%, e de 18,81% para os de alta tensão – todos em média.
Ambos os aumentos entraram em vigor no último sábado.
RIO DE JANEIRO
Em março, a Aneel também autorizou o reajuste tarifário anual da ENEL Distribuição Rio, que atende cerca de 2,7 milhões de consumidores, ficando em 16,86%, na média. Para consumidores residenciais, o reajuste foi de 17,14%. Para os de baixa tensão, o reajuste foi de 17,39%; e para os de alta tensão, de 15,38% – todos em média.
Já para a Light Serviços de Eletricidade S/A, responsável pela distribuição de energia elétrica a cerca de 4,5 milhões de consumidores, o reajuste tarifário anual foi de 14,68%, na média. Sendo, para o consumidor residencial, 15,41% de aumento. Para os consumidores de baixa tensão, alta de 15,53% e para os consumidores de alta tensão, de 12,89% – todos em média.
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