Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Trabalho precário cresce e renda é a menor da década

Foto: Aaron Favila/Agência Pública
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12 milhões de brasileiros estão na fila do desemprego, 38,9 milhões na informalidade e 25,9 milhões vivendo de “bico”

A renda média do trabalhador brasileiro no quarto trimestre do ano passado foi a mais baixa já apurada na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012.

De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (24), o rendimento médio habitual despencou 10,7% nos últimos meses do ano passado, na comparação com o mesmo período de 2020. Sobre o trimestre anterior, a queda computada foi de 3,6%, levando a renda média para R$ 2.447. Na média anual de 2021, o rendimento dos trabalhadores foi 7% menor do que no anterior.

Na prática, o que a pesquisa do IBGE revela é o empobrecimento dos trabalhadores em um cenário de economia extremamente fragilizada, aumento do trabalho precário e inflação nas alturas. Com o rendimento médio mais baixo em uma situação de inflação acima dos 10%, a renda real fica ainda mais achatada.

massa de rendimento também sofreu queda (-2,4% ou R$ 5,6 bilhões) nesse período, sendo estimada em R$ 230,6 bilhões.

“Esse comportamento da massa de rendimento é explicado pela queda de rendimento médio real e pelo avanço do processo inflacionário. Embora a população ocupada tenha crescido, esse aumento não foi acompanhado pelo rendimento, ou seja, as pessoas que estão ocupadas no mercado de trabalho têm remunerações menores, em média”, explica Adriana Beringuy, gerente da pesquisa pelo IBGE.

Os dados divulgados acompanham a informação de que o desemprego, apesar de ainda ser realidade para 12 milhões de brasileiros, recuou para uma taxa de 11,1% no trimestre encerrado em dezembro de 2021 (ante 11,6%), com crescimento da população ocupada. A taxa média de desemprego em 2021 foi de 13,2%, abaixo dos 13,8% na média de 2020. Contudo, não há o que se comemorar: o crescimento da ocupação é reflexo da falta de empregos formais e do aumento do trabalho precário – que paga menos.

O número de pessoas na informalidade no período atingiu 38,9 milhões, mais um recorde, enquanto o número de trabalhadores por conta própria alcançou 25,9 milhões.

“O crescimento da informalidade nos mostra a forma de recuperação da ocupação no país, baseada principalmente no trabalho por conta própria. Tanto no segundo semestre de 2020 quanto no decorrer de 2021, a população informal foi a que mais avançou”, afirma a coordenadora da pesquisa.

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