90 anos da conquista do voto feminino e ainda são grandes os desafios enfrentados para eleger mulheres nos espaços de poder
Nesta quinta-feira, 24 de fevereiro, o Brasil celebrou 90 anos da conquista do voto feminino, que foi instituído pelo presidente Getúlio Vargas, por meio de decreto, e incorporado à Constituição Federal de 1934. Mas, o voto, naquele momento, ainda era facultativo. Tornou-se obrigatório, equiparado ao dos homens, em 1965. Foi neste mesmo decreto, de 1932, que foi criada da Justiça Eleitoral e foi instituído o voto secreto.
Em 1933 foi realizada a eleição para a Assembleia Nacional Constituinte e as mulheres tiveram a primeira oportunidade de votar e de serem votadas. A secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, ao relembrar essa data, destaca a relevância dessa importante conquista para as mulheres de todo o País. “O direito ao voto é um dos mais importantes e simbólicos numa democracia e na vida das mulheres. Além de exercer a democracia, de votar e ser votada, é o momento de eleger representantes nos espaços de poder. Para as mulheres, é fundamental ter mulheres nos poderes legislativo e executivo que defendam a pauta feminista”, destaca Mazé.
Mesmo com essa importante conquista, que completa 90 anos, e atualmente representar a maioria do eleitorado brasileiro, a ocupação dos espaços políticos e de decisão ainda conta com um predomínio de homens. No Senado, por exemplo, do total de 81 senadores(as), a bancada feminina é composta por 12 senadoras. Já na Câmara Federal, são 77 deputadas de um total de 513 parlamentares. “Esse número de eleitas no último pleito representou um aumento na representação feminina, mas não queremos apenas ampliar ‘números’. Nós, mulheres, Margaridas em marcha, lutamos pela nossa participação plena e efetiva na vida pública e nos espaços de decisão política. Por isso, nos colocamos na luta pela consolidação de uma democracia radical, com a participação das mulheres e de todo povo historicamente excluído das decisões que afetam os rumos do nosso país e das nossas vidas”, disse Mazé.
“Por isso, lutamos para eleger candidatas comprometidas com uma pauta feminista, que dialogue com a Plataforma da Marcha das Margaridas que, por sua vez, está em conexão com o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário do MSTTR”, defende Mazé.
Em 2023, a Marcha das Margaridas mais uma vez ocupará as ruas de Brasília “Por democracia com igualdade e fortalecimento da participação política das mulheres”.
www.contag.org.br / fonte: Assessoria de Comunicação da CONTAG – Verônica Tozzi