No Brasil, em meio à pandemia de Covid-19, cerca de 19 milhões de pessoas passam fome e mais de 100 milhões de brasileiros são vítimas de algum tipo de insegurança alimentar. Não é raro ver cenas tristes de famílias buscando resto de comida no lixo e disputando ossos com sobras pequenas de carne para ter o que “comer”.
Apesar da situação dolorosa, o presidente Jair Bolsonaro não se compadece. Desde que assumiu a presidência, em 2019, mantém aliança firme com o agronegócio e coloca em prática políticas que desmontam medidas voltadas à produção e distribuição de alimentos.
Vale lembrar que no primeiro dia de mandato, Bolsonaro assinou a Medida Provisória 870, que entre outras coisas extinguiu o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), um espaço de participação da sociedade na formulação e avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional.
O presidente também perseguiu os agricultores familiares, que produzem grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Além de excluir esses trabalhadores do auxílio emergencial, vetou o projeto de lei 823, a Lei Assis Carvalho II, que instituiria medidas de amparo a agricultores atingidos economicamente pela pandemia.
Enquanto o povo passa fome, o governo modifica também o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e extinguiu o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), com a aprovação da Medida Provisória 1061/21.
Com o desmanche das políticas públicas, o Brasil voltou ao Mapa da Fome seis anos depois, em plena pandemia, porque o governo não promoveu as mudanças estruturais necessárias para sustentar o avanço na segurança alimentar.
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