Os brasileiros pagaram R$ 1,5 trilhão em tributos até 1º de agosto deste ano. No entanto, esse montante pesa mais para alguns do que para outros. Embora sejam os que aparecem na grande mídia “chorando”, os mais ricos não pagam mais impostos no Brasil. Aqui, quem tem menos paga mais.
Se depender do governo Bolsonaro, os mais pobres vão continuar a pagar mais. Recentemente, o presidente disse ser contrário à taxação das grandes fortunas e ironizou: “é crime ser rico no país”. Jair Bolsonaro ignora que a parcela mais pobre gasta 32% de tudo o que recebe em tributos, enquanto quem está no topo da pirâmide social destina apenas 21% da renda.
Relatório da Oxfam revela ainda que a renda mais baixa também é a que paga mais impostos indiretos – cobrados sobre produtos e serviços. Os mais pobres destinam 28% de tudo o para este fim. Já os mais ricos pagam somente 10% do rendimento.
A desigualdade acontece porque a carga tributária brasileira é concentrada nos impostos indiretos – taxas inseridas nos preços de toda mercadoria. Segundo dados da Anfip (Associação Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal), 49,7% dos impostos do país são recolhidos desta forma.
Por não tributar diretamente a renda ou patrimônio do cidadão, os impostos indiretos passam despercebidos, a exemplo do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O mesmo não acontece com impostos diretos, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), onde é possível saber exatamente o valor a ser pago.
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