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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Avanço da variante delta e atrasados da segunda dose elevam risco de nova onda de covid no Brasil

Press Information Bureau-Governo da Índia - Os números da covid-19 no Brasil seguem entre os mais elevados do mundo. Entretanto, o avanço da vacinação segue produzindo resultados positivos. Até o momento, 22,68% dos brasileiros estão imunizados
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Brasil registra mais 1.211 mortes por covid-19 em 24 horas, no dia em que Ministério da Saúde anuncia que ao menos 7 milhões de brasileiros não compareceram para tomar a segunda dose das vacinas

São Paulo – Em contraponto aos dados que apontam queda nos números de casos e mortes por covid-19, em razão do avanço da vacinação, outros fatores favoráveis à disseminação do contágio pelo novo coronavírus, como a circulação da variante delta, preocupam os pesquisadores em saúde. A delta circula pelo país, mas ainda não é a cepa dominante. Hoje, no Brasil, a mutação da covid-19 mais detectada entre os infectados é a gamma, ou P1. Com o avanço da delta, o esperado é um novo crescimento de casos e mortos, especialmente entre os não vacinados. Como a porcentagem de imunizados no país ainda é baixa, os riscos são elevados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) argumenta para a necessidade de superar os 80% de vacinados.

A variante delta é até 70% mais contagiosa e derruba a eficácia das primeiras doses das vacinas. Diante disto, o número de pessoas que não retornaram para a segunda dose reduz a perspectiva positiva dos epidemiologistas. Além disso, o Ministério da Saúde divulgou hoje (10) que 7 milhões de brasileiros estão com a dose de reforço em atraso. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que a tendência de queda nos indicadores já apresenta sinais de estabilidade. Ou seja, a pandemia já não está caindo com a mesma velocidade.

Riscos elevados

O Brasil registrou 1.211 mortes por covid-19 hoje (10). Com o acréscimo das últimas 24 horas, o país chega a 564.773 vítimas do vírus. O segundo país com mais mortes, atrás apenas dos Estados Unidos, ainda notificou 34.885 novas infecções. Desde o início da pandemia, em março de 2020, pelo menos 20.212.642 residentes do Brasil foram infectados. Os dados são das secretarias estaduais de Saúde, consolidados pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Após 15 dias de queda na média móvel de mortes diárias no Brasil, calculada em sete dias, os últimos cinco dias apresentaram leve elevação e está em 906. No dia 5 deste mês, o indicador estava em 887. Hoje é o décimo dia que esta porcentagem está abaixo de mil, algo visto apenas no fim de 2020.

Os números da covid-19 no Brasil seguem entre os mais elevados do mundo. Entretanto, o avanço da vacinação segue produzindo resultados positivos. Até o momento, 22,68% dos brasileiros estão imunizados com duas doses ou com vacinas de dose única, e 55,49% receberam a primeira etapa da imunização. Com isso, no mês de julho, 31% dos municípios brasileiros não registraram mortes pela doença, melhor percentual em cinco meses. Destas cidades, 71% possuem menos de 10 mil habitantes, mas o resultado é, evidentemente, positivo.

Outro indicador de melhora ficou por conta da taxa de contágio (RT) divulgada semanalmente pelo Imperial College, de Londres. Pela sétima semana consecutiva, o Brasil apresenta tendência de recuo na pandemia. O RT está atualmente em 0,9; ou seja, cada grupo de 100 infectados transmitem para outros 90.

Estudo

Um estudo divulgado hoje pela Imperial College atesta a eficácia das vacinas contra o coronavírus. Entretanto, destaca a necessidade das segundas doses. Desenvolvido no Reino Unido, onde a variante delta é dominante, o levantamento reforça que mesmo com o aumento de casos, as mortes não acompanharam no mesmo ritmo. Outro dado se refere à proteção contra a infecção. De 100.000 pessoas monitoradas, todas vacinadas com duas doses, apenas 0,63% testaram positivo para a covid, sendo a maioria assintomática.

“Com base nesses dados, os pesquisadores estimam que as pessoas totalmente vacinadas nesta rodada de testes tiveram cerca de 50% a 60% de redução no risco de infecção, incluindo infecção assintomática, em comparação com pessoas não vacinadas”, explica a neurocientista e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Mellanie Fontes-Dutra.

Os resultados são importantes pois, para a superação da pandemia, o vírus precisa reduzir a circulação. Isso também evita novas mutações. “As análises dos resultados também sugerem que pessoas totalmente vacinadas podem ter menos probabilidade do que pessoas não vacinadas de transmitir o vírus a outras, devido a ter uma carga viral menor em média e, portanto, provavelmente espalhar menos vírus”.

www.redebrasilatual.com.br / Gabriel Valery

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