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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Brasil chega a 536 mil mortes por covid; país registrou 1.605 óbitos nas últimas 24h

A média móvel de mortes, calculada em sete dias, é a menor desde o dia 2 de março. No período, foram 1.278 vítimas diárias - Divulgação Rio da Paz
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Os novos casos registrados entre segunda -feira (12) e terça (13)  foram 45.022

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A covid-19 segue letal no Brasil. Nas últimas 24 horas, foram registradas 1.605 mortes pela doença, e o país se aproxima de 536 mil vidas perdidas na pandemia.

De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, 535.838 brasileiros morreram em decorrência do vírus até o momento. Os novos casos registrados entre segunda -feira (12) e terça (13)  foram 45.022, totalizando 19,152 milhões desde o início da pandemia.

Com taxa de mortalidade 4,4 vezes superior à média mundial, o Brasil segue como epicentro da covid-19 no mundo. Em 2021, é o país onde mais pessoas morreram da doença, apesar de o avanço da vacinação começar a dar sinais positivos.

Embora com atraso, o processo de imunização já salvou, a partir de estimativas conservadoras, ao menos 60 mil. Em números gerais, a disseminação do vírus também segue uma tendência de recuo. Porém, ainda com incertezas quanto ao potencial de disseminação da variante delta.

A média móvel de mortes, calculada em sete dias, é a menor desde o dia 2 de março. No período, foram 1.278 vítimas diárias. Em relação à média de novos casos, o indicador está fixado em 42.425, menor desde o dia 7 de janeiro.

As curvas epidemiológicas apontam para declínio aparente do surto em todo o país. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) todos os estados apresentam tendência de recuo.

Cenários

Outro indicador positivo é a taxa de contágio, divulgada semanalmente pelo Imperial College de Londres. Pela terceira semana consecutiva, o índice apresentou queda no Brasil.

A taxa denominada RT mede o potencial de disseminação do vírus. O valor do Brasil recuou de 0,91 para 0,88 nesta semana. Na prática, isso significa que a cada 100 pessoas contaminadas, elas passam a covid-19 para 88. Além disso, duas semanas de taxa RT abaixo de 1 significam recuo e tendência de arrefecimento no surto.

O avanço da vacinação no Brasil está diretamente relacionado com o recuo do vírus. As internações e mortes entre as faixas etárias mais elevadas, que já foram imunizadas, estão em queda.

Por outro lado, o fim das medidas não farmacológicas de proteção contra a covid-19, como isolamento social, resultam no rejuvenescimento da pandemia.

“As faixas etárias de 60 a 69 anos, 70 a 79 e acima de 80 voltaram ao patamar de outubro de 2020, enquanto os demais segmentos seguem bem acima, sendo superiores aos picos do ano passado, segurando a incidência na população em geral nesse patamar”, afirma o último boletim epidemiológico da Fiocruz.

“Em relação aos mais velhos, os dados apontam que a vacinação dessas pessoas vem fazendo o efeito esperado, de diminuir o número relativo de casos graves”, completa a entidade.

Esse movimento justifica as reduções em todos os indicadores, mesmo com o vírus circulando de forma ainda agressiva no país. Isso porque a covid-19 tende a ser mais agressiva e mais letal entre os mais velhos. Com a vacinação deste grupo, aumenta a porcentagem de assintomáticos entre os infectados e, também, a taxa de letalidade tende a recuar.

Recomendações

Embora os dados sejam positivos, as precauções devem ser mantidas. Para que uma região alcance a desejada imunização coletiva através da imunização, cientistas apontam para a necessidade de 75% da população vacinada com duas doses.

Hoje, no Brasil, este número está em 15,45%. Tomaram uma primeira dose de algum dos imunizantes disponíveis, 43,7%. Foram aplicadas em todo o país, cerca de 116 milhões de doses.

“Embora os sinais de tendência sejam positivos, os valores semanais continuam elevados, como apresentado pelo indicador de transmissão comunitária, o que evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação da transmissão. Todos os estados apresentam macrorregiões em nível alto ou superior, sendo que 16 deles e o Distrito Federal mostram macrorregiões em nível extremamente elevado”, informa o pesquisador responsável pelo boletim da Fiocruz, Marcelo Gomes.

Variante delta e riscos

A busca por superar a covid-19 encontra desafios constantes. A baixa disponibilidade de vacinas, especialmente em regiões mais pobres, resulta em riscos para todo o planeta. Isso porque o vírus em circulação tende a se modificar. Então, surgem novas cepas virais. Uma delas, a variante delta, identificada pela primeira vez na Índia, preocupa a comunidade internacional. “O mundo está experimentando, em tempo real, como o vírus continua mudando e se tornando mais contagioso”, disse hoje (13) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom.

De acordo com estudos recentes, a variante é de 50% a 70% mais contagiosa do que outras já identificadas, como a gamma (também chamada de P1, ou cepa de Manaus), dominante no Brasil. Alterações na estrutura viral também impactam na redução da eficácia das vacinas existentes. Estudo publicado na revista científica Lancet apontam que a eficácia das principais vacinas cai significativamente em uma primeira dose. Entretanto, com a aplicação de duas doses, os imunizantes seguem eficazes tanto no controle da disseminação do vírus, como na alta eficiência em reduzir mortes e hospitalizações.

Isolamento

A variante delta já foi detectada no Brasil, entretanto, circula de forma tímida. A prevalência da cepa de Manaus (gamma) exerce um certo tipo de bloqueio na transmissão em larga escala. Entretanto, a OMS alerta que a variante mais agressiva do vírus deve ser dominante em todo o mundo dentro de alguns meses. Na Ásia e Europa, o impacto já é observado com o aumento de casos mesmo diante do avanço da imunização.

Diante dos riscos, a Fiocruz é taxativa ao reafirmar a necessidade de rever o abandono das medidas de isolamento social. “Vemos a necessidade de reavaliação das flexibilizações já implementadas nos estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados (…) Como sabemos que nem todas as unidades da Federação estão conseguindo manter a testagem do painel de vírus respiratórios para todos os casos negativos para Sars-CoV-2, é importante esse alerta para todo o país”, completa.

www.brasildefato.com.br /Gabriel Valery /Rede Brasil Atual

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