Parece mentira. Mas, infelizmente, não é. Mais de 24 milhões de pessoas das grandes cidades brasileiras vivem com renda abaixo de R$275,00. A política ultraliberal imposta pelo governo Temer e aprofundada por Bolsonaro, que tirou direitos, rebaixou salários e aumentou o desemprego, é a principal responsável. A pandemia do coronavírus e a falta de medidas eficazes para ajudar a população também agravam o cenário.
A inflação disparou, especialmente nos preços dos alimentos – a cesta básica chegou a aumentar quase 30% no Distrito Federal. Além disso, os reajustes nos combustíveis e no gás de cozinha e os cortes no valor do auxílio emergencial e no número de pessoas assistidas deixam os pobres ainda mais pobres.
O resultado é visto no dia a dia, nas ruas. Em apenas um ano, o número de brasileiros que vivem nas grandes cidades com renda per capita mensal de apenas ¼ do salário mínimo (R$ 275,00) aumentou em 4,3 milhões.
Os dados são do boletim da Desigualdade nas Metrópoles, feito por meio de parceria entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Observatório das Metrópoles e o Observatório da Dívida
Social na América Latina (RedODSAL).
No primeiro trimestre do ano passado, 20,2 milhões de pessoas das regiões metropolitanas viviam nessa situação. No mesmo período deste ano, o número saltou para 24,5 milhões. O estudo leva em conta as informações da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar), do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
Desigualdade aumenta na pandemia
O Boletim Desigualdade nas Metrópoles revela ainda que a diferença entre pobres e ricos aumentou. Antes da pandemia, os 10% mais ricos ganhavam, em média, 29,6 vezes mais do que os 40% mais pobres. A diferença agora subiu para 42,3 vezes.
Os dados são referentes ao índice Gini, que vai de zero a um. Quanto mais próximo de zero Sem dinheiro,
muitas famílias passam fome menor é a desigualdade. Mas não é isso que se vê no Brasil do governo de Jair Bolsonaro. Na média móvel, o Coeficiente Gini subiu de 0,608 para 0,637, a maior marca da série histórica.
De acordo com o estudo, o quadro pode melhorar se a vacinação contra a Covid-19 tiver impulso nos próximos meses e o país retomar a atividade econômica de forma segura.
www.bancariosbahia.org.br /jornal O Bancário/Rose Lima