Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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O adeus sem festa da Eletrobrás – Privatização é crime de lesa-pátria

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Quinta-feira, 20/5 foi um dia triste para o povo brasileiro. Enquanto nos distraímos com a CPI da Pandemia da Covid-19, que não vai dar em nada, a Câmara dos Deputados, nas caladas da madrugada, aprova a Medida Provisória (MP) que Privatiza a Eletrobrás.

Entregaram, enquanto dormíamos, o nosso futuro aos estrangeiros. Entregaram nas mãos de estrangeiros a nossa Segurança Nacional, a nossa Soberania, a nossa possibilidade de desenvolvimento futuro. A Eletrobrás responde, hoje, por 30% da geração de energia do país e 70% da distribuição dessa energia.

A Eletrobrás concentra desde a Usina de Itaipu, Chesf , Furnas (entre outras), Usinas Eólicas e até a Usina Nuclear. Entregar esse patrimônio, que levou 70 anos para ser construído pelos brasileiros nas mãos de estrangeiros é abrir mão da nossa Soberania e desenvolvimento.

Nenhum país desenvolvido do mundo tem a sua geração e distribuição de energia privatizadas. O Canadá, USA, Inglaterra, China, Rússia, são alguns exemplos da importância desse setor sob o controle do Estado. Alguém pode estar pensando só na conta de luz que vai ficar mais cara para o consumidor na ponta. Sim, isto vai acontecer. Mas não é só isto que está em jogo.

Quando a iniciativa privada investe num setor, está pensando em lucros a curto, médio e longo prazos. Primeiro que o Brasil é o maior produtor de energia limpa do mundo, e isto abre mercado para a exportação de energia. Segundo porque, dentro dessa mesma lógica, teremos como tendência mundial num futuro próximo, veículos automotores rodando com energia elétrica e não mais dependentes de combustível fóssil.

Daí a guerra silenciosa pelo lítio da Bolívia para a fabricação das baterias de carros movidos a eletricidade, e, no Brasil, pela apropriação dessa energia limpa. Com isto, o governo federal e o Congresso Nacional acabam de colocar uma cunha no nosso desenvolvimento futuro.

Quanto a Segurança Nacional, só precisará de um apagão para dominar toda uma Nação. Não dá para imaginar um Exército Nacional atirando no escuro no inimigo que chega por terra, mar e ar. Não dá pra imaginar um Exército tendo que recarregar suas armas obsoletas sob o facho de uma lanterna. Com a apropriação das usinas nucleares geradoras de energia no Brasil, corremos dois riscos: o Projeto de Construção (já concluído) do Submarino Nuclear para proteger nossas fronteiras, foi enterrado; e o risco que corremos de nos tornar um grande depósito de lixo atômico das potências nucleares capitalistas.

Visto que esse tem sido um dos maiores problemas dos países cuja energia elétrica é obtida por meio de Usinas Nucleares. A preocupação com o Meio Ambiente é uma farsa capitalista a olhos vistos. Toda a preocupação do Capital Financeiro e de Propriedade é com os lucros, custe o que custar.

Diante dessa dura realidade que se impõe aos brasileiros, resta saber qual a posição do Exército Brasileiro, a princípio guardião da Segurança Nacional, já que hoje compõe mais de 30% dos cargos no governo atual. Incluindo o Presidente da República (que nunca se despiu da farda) e o Vice-Presidente.

É muito triste a situação do nosso País. Nosso povo está anestesiado, impotente, doente e intubado. Intubado não com oxigênio devido a asfixia provocada pela Covid-19, porque este também está faltando. Mas intubado pela ignorância política e intelectual que retira do nosso povo as armas de luta.

Finalizando meu desabafo, hoje foi mais uma noite de insônia desde que um genocida assumiu o poder no meu País. Não consegui dormir.

Depois do cansaço de assistir o longo e vergonhoso depoimento do general Pazuello, ex-ministro da Saúde, com direito a chilique no final, ainda tive de acompanhar a entrega da Eletrobrás na Câmara dos desPutados em altas horas da madrugada.

Tô cansada! Exausta! Desculpem o desabafo e o texto bruto, sem nenhuma revisão.

(*) Zenilde Moreira Borges de Mora é professora aposentada da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)/Departamento de Biologia

www.brasilpopular.com

A privatização da Eletrobrás é crime de lesa-pátria

Defendemos sim uma transição energética, democrática, justa, inclusiva e popular, e não ditada pelos interesses do capital, dos grandes grupos econômicos – financeiros, que se apossaram do Ministério de Minas e Energia, e do governo federal

Cada dia que passa deparamos com as ações antipopulares e antidemocráticas de um (des)governo eleito pelo povo brasileiro, em um processo eleitoral repleto de questionamentos, e onde a internet teve um papel decisivo para os descalabros ocorridos.

O arrependimento de quem votou nesta figura, até então sem nenhuma relevância no debate das questões nacionais, fica claro diante das últimas pesquisas de opinião. Todavia, mesmo desacreditado e agonizante, o governo federal continua “passando a boiada”, implementando sua política de terra arrasada. Quer na questão dos costumes, na política energética, no combate da pandemia, na política ambiental, indigenista, educacional, de segurança pública, entre outras.

Neste artigo comento o crime que o governo federal, com o apoio da maioria dos membros da Câmara Federal (será consequência do famigerado Bolsolão?), promove contra um setor fundamental, essencial e estratégico para a autonomia, soberania e segurança energética do país. A privatização da maior empresa latino-americana de geração de energia, a Eletrobrás. Empresa estatal, patrimônio do povo brasileiro, incluindo suas subsidiárias Furnas e a CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), e possuidora da metade das linhas de transmissão do país.

Terrorismo

Além de justificativas mentirosas, o neoterrorismo é usado como estratégia, e está presente na defesa da privatização. O ministro de Minas e Energia (aquele mesmo que defende a construção de usinas nucleares na beira do Rio São Francisco), o almirante Bento Junior, declarou recentemente “que a empresa vai acabar caso não ocorra a privatização” e que “a privatização da Eletrobrás é essencial, necessária para o consumidor brasileiro e principalmente para a redução das tarifas de energia elétrica”.

O ministro deste governo patético, entreguista, escamoteia a verdade ao omitir que a privatização serve somente ao mercado, ao setor privado, que vai receber este presente de “papai noel” fora de época, a preço irrisório. Além de proporcionar o desmonte do verdadeiro patrimônio nacional, que é a expertise do seu quadro técnico, a “inteligência” acumulada, com as demissões de seus técnicos e engenheiros, que ocorrerão certamente.

A afirmativa, sem nenhum lastro em fatos já ocorridos de outras privatizações do setor elétrico, de que haverá a redução das tarifas, é uma falácia recorrente quando se trata em justificar a privatização perante os incautos. Os governadores do Nordeste, em recente documento publicado, afirmam que haverá “impacto da privatização nas tarifas de energia para os consumidores, abrindo caminho para a precarização na prestação do serviço”. Ou seja, as tarifas de energia elétrica ficarão mais caras para o consumidor, e o serviço prestado para a população vai piorar.

Lembrando ainda que as bravatas do ministro não têm limites, ao afirmar que “a energia nuclear está na agenda dos maiores países do mundo e também da transição energética que o mundo está vivendo para uma economia de baixo carbono”, e assim defender esta fonte energética, polêmica, questionada, e mesmo abandonada por países como a Alemanha, Itália, Bélgica, Suíça, Holanda, Suécia, Taiwan entre outros. Obviamente, os poucos países fornecedores de equipamentos para usinas nucleares, os chamados “players”, com interesses comerciais, fomentam esta tecnologia insustentável, perigosa e cara, como a França, a Rússia, a China e os Estados Unidos. Para estes países é uma mera questão de “negócios”.

Estamos diante de uma situação que está em jogo é a privatização da água dos rios, dos reservatórios controlados pela Eletrobrás e suas subsidiárias. Como deixar a gestão destes recursos nas mãos do mercado, já que tem uma importância social, ambiental e econômica fundamental para o país?

Defendemos sim uma transição energética, democrática, justa, inclusiva e popular, e não ditada pelos interesses do capital, dos grandes grupos econômicos – financeiros, que se apossaram do Ministério de Minas e Energia, e do governo federal.

www.ctb.org.br / por Heitor Scalambrini Costa, professor aposentado da UFP

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