A saída da Ford, que possuía uma unidade de produção de veículos em Camaçari, causou um grande impacto na produção industrial baiana nos primeiro trimestre (janeiro/março) deste ano. A Bahia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou o maior recuo no setor de todo o país. Montadora, que teve sua produção encerrada em janeiro deste ano, funcionou por 20 anos no estado.
A avaliação sobre o impacto da montadora é do gerente de estudos técnicos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Kawabe. “O fator determinante foi, sem dúvida, a Ford. Era o quinto maior setor da indústria baiana e desapareceu. Então, quando você zera a produção de um setor tão expressivo, não tem como o impacto não se refletir no agregado da indústria”, analisou.
O setor automotivo no estado apresentou, no comparativo entre os meses de março de 2020 e 2021, um índice de queda de -96,4%. Para Kawabe, o setor vai zerar na Bahia. “Infelizmente, a gente vai ter que repetir essa explicação de que a indústria baiana está com médias abaixo da média brasil”, disse, destacando a média brasileira, que, mesmo com recuo de 2,4%, está acima da baiana que, nos últimos 12 meses, retrocedeu 17,9%.
“A operação da Ford era praticamente na Bahia. Sem falar que a indústria em São Paulo era mais diversificada. Nós perdemos uma operação que era a maior, e numa matriz industrial que é menor, com menos setores que a de São Paulo e fora do país”, opinou.
O representante da Fieb também destacou a queda apresentada no setor de produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-36,6%). “É um setor que já tem dificuldades conhecidas de produção lá em Ilhéus, e o momento atual, que a gente percebe, no movimento do câmbio, o dólar subiu muito, e encarece a produção destes produtos. A alta nos preços obviamente afugenta o consumidor que está com a renda restrita com esse ambiente”, pontuou.
www.camacariagora.com.br/ com informações do Bahia Noticias