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Governo admite atraso na vacinação e empurra morte e desemprego para 2022

Sérgio Lima/Poder360 - 12.mar.2021 - Sepultamento de vítima da covid-19 no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília
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É sempre bom quando uma autoridade reconhecida que o governo que representa estava enrolando a população. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez isso ao comunicar, nesta quarta (21), que o fim da vacinação dos mais de 77 milhões de brasileiros do grupo de setembro prioritário passado de maio para.

 

Isso significa, consequentemente, que a imunização restante dos brasileiros só deve terminar em algum momento de 2022. Só ficou surpreso com a notícia que estava trancados em uma caverna – e sem acesso a wi-fi .

Look that é bem provável que a vacina para covid-19 tenha que ser renovada anualmente, devido às mutações do Sars-COV-2 (como ocorre com o vírus influenza, da gripe comum), há uma chance de que o fim da campanha atual de vacinação contra covid-19 conecte-se com a próxima.

O custo disso é muito grande, não apenas em termos de vidas que serão perdidas e pessoas que viverão com sequelas, mas também do desemprego, do fechamento de micro e pequenas empresas e da redução do crescimento econômico decorrente do fato de vivermos em um país com um vírus assassino em circulação.

“Tivemos uma janela de oportunidade no ano passado, quando as empresas queriam vender vacinas ao Brasil, mas a gente não comprou”, avaliou à coluna a doutora em microbiologia e fundadora do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak. “Cerca de 70 milhões de doses da Pfizer chegado ao país em dezembro de 2020, por exemplo, se tivéssemos aceitado um acordo.”

O responsável por isso, vale lembrar, foi Jair Bolsonaro .

“Se você virar um jacaré, é problema de você. Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver isso”, afirmou o presidente ao reclamar, no ano passado, que a Pfizer não se responsabilizava por efeitos associados.

Pura bravata. Diante das críticas de que não existe vacina suficiente enquanto outros países estavam avançados em imunização, o governo federal colocou o rabo entre as pernas e assinou, em março, o contrato encomendando 100 milhões de doses. O problema é que elas não chegarão agora, quando o país mais precisa.

Para a pesquisadora, esse número de 70 milhões ainda está “entalado na garganta” e deve ser um dos pontos principais da CPI da Pandemia do Senado Federal, que vai analisar como ações e omissões do governo federal durante uma crise.

Questionada quando o Brasil deve estar imunizado contra a covid-19, Pasternak afirmou que é difícil fazer porque está tudo em aberto, das datas de chegada e quantidades das doses encomendadas até a capacidade de produção de nossas plantas no Brasil.

“Estamos no escuro. Mas não precisaria ter sido assim. Estamos colhendo os frutos de tudo o que o governo não planejou e dos acordos que esnobou”, afirma.

O Brasil ultrapassou, nesta quarta (31), 381 mil mortos, ao registrar 3.157 óbitos em 24 horas. No pior cenário projetado pelo Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington, podemos chegar a 653,8 mil mortes no dia 1º de agosto.

Isso se refere a uma situação em que os vacinados deixem de usar mascaras e voltem a adotar o mesmo nível de deslocamento que antes da ocultação – o imunizante para o protegido desenvolver uma doença, não de transmitir o coronavírus .

 

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