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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Ministério divulga lista, por estado, dos que não tomaram segunda dose

Tânia Rêgo/Agência Brasil
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No total, 1.514.340 doses do imunizante não foram aplicadas

O Ministério da Saúde divulgou terça-feira (13) a lista dos estados com pessoas que estão em atraso para tomar a segunda dose de vacinas contra a covid-19. Hoje, o titular da pasta, Marcelo Queiroga, disse que há 1,5 milhão de brasileiros nessa situação, e alertou que essas pessoas precisam buscar os postos de vacinação.

O estado com mais pessoas em atraso é São Paulo (343.925), seguido da Bahia (148.877), Rio de Janeiro (143.015), Rio Grande do Sul (123.514), Minas Gerais (89.122) e Paraná (71.857).

Os estados com menos doses em atraso são Amapá (5.741), Tocantins (6.033), Acre (6.191), Alagoas (7.625) e Roraima (8.555).

Segundo o ministro, mesmo quem perdeu o prazo previsto no cronograma de vacinação deve procurar uma unidade de saúde para regularizar a situação.

A grande maioria dos atrasos está em doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

No total, 1.514.340 doses do imunizante estão em atraso, sendo 287 da Oxford/AstraZeneca, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Covid-19: lista mostra estados com atrasos na 2ª dose de vacinas

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saiba o que fazer se você perdeu o prazo da segunda dose

Sem o reforço, a imunização não é considerada eficaz

Ouça o áudio:

Aproximadamente 1,5 milhão de pessoas não tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19, de acordo com dados do Ministério da Saúde desta terça-feira (13), seja pela falta de comparecimento às unidades para receber o reforço ou pela escassez de imunizantes no país.

A ausência da segunda dose, explicou o microbiologista Atila Iamarino em suas redes sociais, pode provocar o surgimento de variantes mais resistentes às vacinas que existem hoje.

“Quem toma só uma dose pode desenvolver imunidade parcial. O que não seria suficiente para proteger a pessoa do vírus. Mas pode ser suficiente para selecionar linhagens virais que escapam dessa imunidade”, afirmou o pesquisador.

Para ele, o estado do Amazonas é o que figura o pior cenário de abandono vacinal: “Tem a receita para criar mais variantes. Mas dessa vez, resistentes à vacina.”

Segundo um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, em termos percentuais, o abandono vacinal é de 14,13% para os brasileiros que estão sendo imunizados com a CoronaVac, que representa 83% das vacinas aplicadas no país.

Por estado, no Amazonas, a taxa sobe para 31,31%, apresentando o maior índice entre os estados, seguido por Roraima (26,12%) e Sergipe (22,97%).

Na outra ponta, figurando os estados com menos abandono vacinal, estão Alagoas (6,34%), Rio Grande do Norte (6,69%) e Espírito Santo (7,63%).

O intervalo entre as duas doses é de 14 a 28 dias para a CoronaVac e de 8 a 12 semanas para a AstraZeneca. Aqueles que perderam o prazo do reforço devem procurar o mais rápido possível uma unidade de saúde para completar o esquema vacinal.

Lembrando que quem tomou a primeira dose da CoronaVac deve tomar a segunda da mesma, assim como para a AstraZeneca.

No total, de acordo com o último balanço do consórcio dos veículos de imprensa, até às 20h desta terça-feira (13), 24.433.064 pessoas receberam a primeira dose, o que representa 11,54% da população brasileira. No entanto, apenas 3,64% da população recebeu a segunda dose (7.717.785 de pessoas). Somando, 32.150.849 doses foram aplicadas em todo o país.

Obstáculo: farmacêuticas multinacionais e suas patentes

Parte da escassez de vacinas no Brasil se deve ao ritmo lento do recebimento de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) de países detentores da tecnologia.

O Instituto Butantan, por exemplo, suspendeu há pelo menos uma semana a produção da CoronaVac devido à falta de insumo, que está previsto para chegar na China somente no dia 20 de abril.

A produção nacional de vacinas contra a covid-19, portanto, enfrenta um obstáculo expressivo: as patentes, ou seja, o controle de tecnologia por parte das farmacêuticas multinacionais.

Em uma carta enviada à Organização Mundial da Saúde (OMS) e à Organização Mundial do Comércio (OMC), cerca de 240 entidades afirmaram que a solução para garantir doses a todos é a quebra de patentes.

“No contexto da OMC, a renúncia da patente é uma contribuição importante que a OMC pode fazer sobre este assunto na pandemia”, defendem as entidades.

“O licenciamento voluntário, se perseguido, deve tratar a vacina como um bem público global, ser aberto e permitir licenças globais transparentes não exclusivas com cobertura mundial de fornecimento.”

Apenas 3,64% da população recebeu a segunda dose – Marcelo Camargo / Agência Brasil

Segundo as entidades, os acordos fechados pela farmacêutica britânica AstraZeneca, priorizada pelo governo de Jair Bolsonaro, por exemplo, estabeleceram medidas restritivas, como o controle sobre a tecnologia e limites de produção.

“O mundo está em um estado de emergência sanitária global, onde as sociedades, economias e meios de subsistência em todo o mundo estão em uma situação terrível. E a maioria das empresas farmacêuticas tem se beneficiado de grandes quantidade de fundos públicos investidos em pesquisa, com pouca ou nenhuma responsabilidade e condições associadas para garantir o acesso”, afirmam.

No Brasil, o governo Bolsonaro não vê a quebra de patentes como uma solução, mas espera dessas multinacionais um acordo voluntário para a transferência de tecnologia.

No Senado Federal, tramita o Projeto de Lei (PL) 12/2021, do senador Paulo Paim (PT/RS) que prevê a suspensão temporária dos direitos de propriedade sobre imunizantes.

“Tal medida, dada a sua excepcionalidade, não implica em ignorar o direito às patentes, mas relativizar esse direito, em caráter temporário, em vista do interesse maior do povo brasileiro, viabilizando a produção de vacinas e medicamentos a custos mais baixos e sustentáveis, no contexto da grave crise fiscal que atravessa o país”, justificou o parlamentar no texto legislativo.

Para ele, “mais do que reafirmar a soberania” do Brasil, trata-se de “uma questão humanitária”.

Enquanto o texto não avança no Congresso Nacional, o Brasil registrou, nesta terça-feira (13), 3.808 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 358.425 óbitos desde o início da pandemia, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Com esses dados, o Brasil chega a 83 dias seguidos com a média móvel de mortes acima de mil; 28 dias, acima de dois mil; e 18 dias acima de 2,5 mil. Agora, algo até então nunca visto: o quarto dia seguido em que a média móvel fica acima da marca de 3 mil.

No último período, foram  82.186 novos casos da doença, somando 13.599.994 brasileiros infectados.

Vacina 100% nacional no horizonte

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o desenvolvimento de uma vacina pelo Instituto René Rachou (Fiocruz Minas) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concluiu a etapa de prova de conceito com resultados “bastante animadores”.

A fase indica se a vacina em desenvolvimento tem potencial para produzir proteção contra o novo coronavírus. Agora, a pesquisa segue para os estudos pré-clínicos, com testes em macacos e, depois, em humanos, o que deve ocorrer ainda em 2021.

Um dos pesquisadores participantes, Ricardo Gazzinelli afirmou que, no decorrer de 2020, foram utilizadas diversas formas para a produção da vacina. A que se mostrou mais viável foi a técnica de fusão de duas proteínas.

“Usamos uma proteína recombinante (Spyke) e proteína do coronavírus. Fizemos, então, uma proteína, que estamos chamando ‘quimera’, que é a junção dessas duas proteínas em um único antígeno”, explica o pesquisador.

www.brasildefato.com.br / Caroline Oliveira

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