Os números assustadores da pandemia do novo coronavírus, nesta quinta (25), e a nota da Frente pela Vida
Nesta quinta-feira (25), o Brasil completou 64 dias seguidos com sucessivos recordes de mortes por Covid-19 e contaminações pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, o País contabilizou 100.736 novos casos de Covid-19 confirmado, a maior marca em um dia desde o início da pandemia, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Ainda segundo o Conass, nas últimas 24h, também foram registradas 2.787 mortes por Covid-19, totalizando 303.462 óbitos em 12 meses e, ao todo, 12.320.169 casos confirmados desde o início da pandemia. Os dados do Conselho foram consolidados às 18h desta quinta.
Os índices do consórcio de imprensa apresentam uma pequena variação. Segundo o consórcio, só nas últimas 24 horas, o País registrou 97.586 novos casos de contaminação e 2.639 mortes por Covid-19, o que redunda em 303.726 óbitos desde o início da pandemia. Ainda segundo o consórcio, o Brasil registra, nesta quinta, 12.324.765 de brasileiros que já tiveram ou têm o novo coronavírus. Os dados do consórcio foram consolidados às 20h desta quinta.
O ritmo do contágio assusta diante do colapso de sistemas de saúde, da alta de mortes, da velocidade que a pandemia ganhou desde o mês de janeiro e da falta de um combate responsável, sério, rígido, com lockdown geral de, no mínimo, 30 dias e uma campanha de vacinação também séria e em massa, como o Brasil sempre fez e é capaz de fazer por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Importante observar que todos os números mencionados são profundamente subnotificados desde meados de 2020, quando o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) modificou a metodologia de registros e divulgação de mortes por Covid-19, justamente para maquiar a quantidade de pessoas mortas no genocídio.
Nota pública da Frente pela Vida
A Frente pela Vida tem defendido, insistentemente, o lockdown nacional em defesa da vida. Em texto divulgado no site IHU-Unisinos, a frente informa que, “enquanto vários países começaram a sentir o efeito da vacinação contra a Covid-19, no Brasil o luto se estende”.
A Frente pela Vida é uma organização criada, em 2020, pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e uma centena de sindicatos e entidades de classe, bem como universidades públicas, institutos de pesquisa e associações científicas e médicas entre outras organizações sociais se reuniram para formara a Frente pela Vida, que tem como um dos principais objetivos defender o SUS e o combate à pandemia do novo coronavírus.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (25), a Frente pela Vida questiona: “300 mil mortes por coronavírus: até quanto nosso luto irá?”
Confira, a seguir, na íntegra, a nota da Frente pela Vida
300 mil mortes por coronavírus: até quanto nosso luto irá?
Enquanto vários países começam a sentir o efeito da vacinação contra a Covid-19, no Brasil o luto se estende. A pandemia se alastrou por todo o país mas, atinge de forma mais grave os pobres, negros, indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade.
Há menos de um ano, contabilizamos, estarrecidos, as primeiras 100 mortes por coronavírus em território nacional. Há 6 meses, nos indignamos com 100 mil mortes. E agora, totalizamos trezentas mil. Os nomes não cabem nas páginas dos jornais. Quantas mortes ainda teremos que contar?
A Frente Pela Vida denuncia, há meses, a omissão do governo federal no enfrentamento da pandemia, e apela pela união de todos para salvar vidas. É preciso acelerar a vacinação, em todos os cantos do Brasil, de forma organizada, com critérios claros, e promover campanhas de comunicação.
É necessário garantir o auxílio emergencial, para que as pessoas possam ficar em casa: temos pressa, tem gente com fome.
O SUS salvou e salva muitas vidas, mas está em colapso. Precisa ser fortalecido e toda a sociedade brasileira deve se unir em solidariedade, cobrar dos governantes medidas efetivas para interromper a barbárie.