A Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro) lamenta a morte do grande companheiro Haroldo Lima, na última quarta-feira (24/3), aos 81 anos, por complicações devido à covid-19.
“Haroldo Lima é uma personalidade admirável pelo ânimo, dinamismo, capacidade de luta e resistência. Era um dos meus oradores preferidos nos comícios dos anos 1970, quando lutamos pela redemocratização do Brasil na Bahia. Voltamos a nos encontrar muitas vezes na militância partidária, nas atividades políticas e na ANP, onde fez um excelente trabalho e abriu espaço para a participação dos trabalhadores da cadeia produtiva do setor. Descanse em paz, camarada”, lamentou o presidente da Fenepospetro, Eusébio Pinto Neto.
Trajetória – Baiano de Caetité, Haroldo Lima foi desde sempre um militante das causas populares. Na juventude, participou de movimentos estudantis como a Juventude Universitária Católica (JUC), a União dos Estudantes da Bahia (UEB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Mais tarde, com a coragem dos que ousaram pegar em armas para enfrentar a ditadura militar, integrou a Ação Popular (AP). Trabalhou na clandestinidade para organizar os trabalhadores rurais para combater o regime e coordenou a Comissão Nacional Camponesa da AP. Depois passou a compor o Comitê Central do PCdoB, na época voltado a apoiar a Guerrilha do Araguaia.
Em 1976, após denunciar o massacre de militantes comunistas na “Chacina da Lapa”, Haroldo Lima foi preso e passou três anos entre o Presídio do Barro Branco, em São Paulo, e a Penitenciária Lemos Brito, em Salvador. Foi solto em 1979, por força da anistia política.
Em 1982, com o PCdoB ainda na clandestinidade, Lima foi eleito deputado federal sob o guarda-chuva do PMDB da Bahia, sendo um dos mais votados em Salvador, com cerca de 30 mil votos. Com a legalização dos partidos de esquerda, pode filiar-se oficialmente ao PCdoB, partido pelo qual foi eleito deputado nacional constituinte, com mais de 40 mil votos. Apresentou cerca de 1.200 emendas ao projeto da Constituição, conseguindo aprovar várias delas.
No Congresso Nacional, sempre foi um crítico das políticas neoliberais e do desmonte do Estado com a privatização de empresas estratégicas. Em 2002, no Governo Lula, foi nomeado diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), deixando o cargo apenas em 2011. Desde então, era consultor da petroleira HRT, fundada em 2008 por ex-funcionários da Petrobras.
Haroldo Lima contraiu covid-19 no início de março e ficou duas semanas internado em um hospital em Salvador, até falecer na última quarta-feira (24/3)
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