Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Mortes por covid-19 já somam 242 mil e sindicalistas criticam interrupção da vacinação e conduta criminosa do governo frente à pandemia

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Também se pronunciaram sobre a conjuntura na reunião da Direção Nacional da CTB desta quinta-feira (18) os representantes das quatro correntes sindicais que se uniram em torno de objetivos e princípios classistas para viabilizar a fundação da CTB em dezembro de 2007 e que continuam constituindo, nas palavras do secretário geral, Wagner Gomes, “os pilares da nossa Central”.

São eles, de acordo com a ordem em que discursaram durante a reunião: os marítimos, os socialistas do PSB, os rurais e os comunistas do PCdoB. A conduta do governo Bolsonaro em relação à pandemia, marcada pelo negacionismo e a negligência, foi duramente criticada e apontada como a principal causa do Brasil ter atingido na quarta-feira a triste marca de 242 mil mortes, consolidando a posição de vice-campeão no pavoroso ranking mundial de óbitos pela covid-19, atrás apenas dos EUA, que já somam mais de 490 mil vítimas fatais.

Marítimos

O presidente do Sindimar, Carlos Muller, foi o primeiro a falar após a palestra sobre conjuntura realizada por Nivaldo Santana. “Todos nós temos observados nos últimos dias com grande preocupação a possibilidade de interrupção na aplicação de vacinas contra a covid-19. Isto agora está de fato se verificando em todo o país e ocorre num momento de agravamento da pandemia”, salientou.

Para o sindicalista “é evidente que o governo brasileiro falhou no planejamento da vacinação e o preço alto que está sendo pago é a morte de muitos brasileiros e brasileiras”.

A crise sanitária reduz a possiblidade de desenvolvimento da atividade econômica e a classe trabalhadora sofre com o desemprego em massa e a perda da renda.

Muller observou que a política econômica de Paulo Guedes não foca a necessidade de recuperação econômica, “sua única prioridade é atender os interesses das grandes corporações e dos bancos, é privatizar, vender ativos de empresas como a Petrobras e a reduzir a capacidade do Estado estimular o desenvolvimento. Sabemos que não vai ser oferecendo dinheiro a banco que as atividades econômicas serão retomadas. Não temos dúvidas de que os próximos meses e talvez anos veremos a continuidade dos ataques aos direitos e interesses dos trabalhadores e às entidades sindicais”.

Neste contexto, ele considera que “é essencial que nós, como dirigentes, possamos contribuir para que os trabalhadores percebam o papel que cabe a eles nesta conjuntura” e a necessidade de fortalecer seus sindicatos contribuindo como associados. O fortalecimento dos sindicatos de base é indispensável para nossa luta”. Ressaltou igualmente a relevância da unidade para avançar no processo de resistência e luta classista, “pois juntos somos mais fortes”.

Socialistas

Em nome dos sindicalistas do PSB falou o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Campo Bom, Vicente Celistre, que enfatizou alguns fatos positivos da conjuntura internacional, como a derrota de Donal Trump nos EUA.

“O resultado do pleito presidencial americano foi muito significativo”. ponderou. “Trump era um mentiroso, criminoso, fez um governo insólito de ataque à dignidade humana”, argumentou, ao mesmo tempo em que enalteceu a vitória da esquerda nas eleições presidenciais da Bolívia e Equador (primeiro turno), bem como as medidas positivas que estão sendo adotadas pelo governo da Argentina como a taxação das grandes fortunas e a defesa dos direitos humanos”.

Referiu-se ainda aos “alertas que estão sendo colocados à nossa frágil democracia e que resultaram na prisão do deputado bolsonarista que insultou o STF e defendeu o Ai-5. Temos um governo miliciano, criminoso, do qual podemos esperar tudo. É necessário intensificar, em especial da classe trabalhadora”.

O líder socialista enfatizou a importância da unidade do movimento sindical e ampliação da luta democrática, parabenizou “o movimento pela fusão CTB/CGTB, que deve ser consolidada em nosso 5º Congresso” e defendeu o aprofundamento do diálogo com a Nova Central, rendendo homenagens a José Calixto Ramos, presidente da Nova Central que faleceu recentemente, aos 92 anos, vítima da covid-19.

Rurais

O agricultor familiar Sergio Miranda, secretário de Finanças da CTB, representando os rurais, ressaltou a “importância da realização do 5º Congresso da CTB, que deve ser um marco da organização do movimento sindical brasileiro”.

“Estamos preocupados com a interrupção da vacinação em todo o país e o crescimento da média de ocupação das UTIs, que em uma semana aumentou 8% em Porto Alegre, chegando a 79,5% na quarta-feira (17). Isto decorre da política desastrada deste governo criminoso”, denunciou.

Mirando afirmou que as atividades produtivas no campo brasileiro “continuaram normalmente, garantindo o alimento para a população, assim como teve continuidade o trabalho de muitas outras categorias por todo o país”.

Mas a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais foi comprometida pela crise sanitária. “Tivemos de suspender as grandes mobilizações como o Grito do Campo e a Marcha das Margaridas no ano passado”.

As conquistas da agricultura familiar estão sendo desconstruídas desde o golpe de Estado de 2016. “Sofremos retrocessos a partir do Temer, com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Tivemos a unificação do Plano Safra, que pode ser bom para o agronegócio mas prejudica os pequenos agricultores. A agricultura familiar tem que ter uma política diferenciada”.

Conforme o sindicalista, “a reforma agrária saiu de pauta, temos um ex-dirigente da UDR dirigindo o Incra. Os grandes empresários do campo estão lucrando muito, mas para os assalariados rurais não houve melhoria salarial ou de condições de trabalho, eles continuam com as mesmas dificuldades”.

Ele comentou que no momento há uma grande preocupação com a inflação dos alimentos, mas é preciso compreender que a culpa não é do pequeno produtor, pois estes estão sendo sufocados pelo alto custo de produção e com a carência de políticas públicas para solucionar o problema”.

Miranda informou que 2,7 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais estão inscritos para o 13º Congresso da Contag, que deve ser realizado nos dias 6 a 8 de abril através da internet pela primeira vez na história da confederação. Ele considera imprescindível manter a unidade no interior da Contag “porque não precisamos de divisão, neste momento principalmente é preciso que todos estejamos somando junto somando forças na resistência e luta contra o retrocesso”.

Comunistas

Pelos comunistas falou a bancária Ivânia Pereira, presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe e vice-presidente da CTB. ¨Enfrentar os dilemas, a exploração e a desumanidade do capital é um caminho que historicamente os comunistas têm construído”, salientou destacando como fundamental “a defesa da unidade na diversidade diante da crise sanitária, da crise econômica e da grande crise política. Unidade é o fator preponderante para nossa batalha”.

“A grande preocupação do governo é de investir na liberação do porte de armas, em vez de providenciar a vacinação e o enfrentamento da pandemia”, criticou. “A militarização das milícias é um poder paralelo que está sendo gestado no país com o objetivo de destruir o Estado Democrático de Direito”.

Na opinião de Ivânia Pereira “é preciso elaborar uma estratégia clara para a classe trabalhadora de envolvimento neste processo político e nas eleições de 2022 de forma a enfrentar as ameaças à democracia, ao povo negro e às mulheres. Nunca se viu tanto preconceito, discriminações e violência como em nossos dias. Neste momento, com a esquerda desagregada, é preciso convencer as lideranças sociais e políticas democráticas da necessidade de unidade para barrar o retrocesso”.

www.ctb.org.br

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