Redução do auxílio é um retrocesso e centrais intensificam luta pelos R$ 600, afirma Adilson Araújo
O presidente da CTB, Adilson Araújo, avaliou como positivo o resultado da mobilização das centrais sindicais nesta terça-feira (29) em Brasília. Os sindicalistas estiveram reunidos com o líder do PP, Arthur Lira, o líder do governo, Ricardo Barros, Baleia Rossi (MDB/SP) e o presidente em exercício da Câmara Federal, Marcos Pereira (Republicanos SP).
Embora esteja claro que o governo vai jogar pesado para manter o valor do benefício rebaixado à metade, ou R$ 300,00, o presidente da CTB está convencido de que a luta das centrais pode criar um clima favorável à restauração do valor original.
“Os efeitos sociais e econômicos do auxílio emergencial são notoriamente positivos, a crise seria muito mais profunda sem ele”, declarou. Sob pressão popular, o Congresso pode ser sensível aos interesses dos trabalhadores e trabalhadores que necessitam do auxílio e derrotar a pretensão do governo de reduzir seu valor à metade, o que certamente agravará a crise.
De acordo com o presidente da CTB, o dogmatismo fiscal que levou ao congelamento dos gastos públicos ainda ecoa com força no Parlamento. Mas até o presidente em exercício da Câmara, deputado Marcos Pereira, reconhece que é possível mudar e encontrar um consenso entre os parlamentares sobre um valor maior.
A mobilização da classe trabalhadora, do movimento sindical e dos movimentos sociais, em aliança com deputados sensíveis aos anseios do povo brasileiro, será fundamental para derrotar Jair Bolsonaro e restaurar o valor original do benefício. Os R$ 600 têm de ir à votação no Congresso, o que contraria a vontade do governo.
É preciso reiterar a lembrança de que o auxílio emergencial foi uma conquista das centrais sindicais, dos movimentos sociais e dos partidos e forças progressistas. Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes eram contra. Este último chegou a propor míseros R$ 200,00 per capita de ajuda. O valor foi aumentado no e pelo Congresso, em boa medida graças à luta dos sindicalistas.
Como o auxílio elevou a popularidade do chefe do Palácio do Planalto este tenta agora aparecer como pai da criança. Ao rebaixar o valor do benefício, porém, Bolsonaro volta a mostrar sua verdadeira cara. É, na verdade, um inimigo da classe trabalhadora e do povo. 0 argumento de que não há dinheiro para pagar o benefício não corresponde à verdade e não se sustenta em um debate sério sobre o tema.
Os ricos acumularam muito neste país das desigualdades e têm dinheiro de sobra. É preciso e é possível que sejam convencidos a pagar parte da conta através de um imposto sobre as grandes fortunas, acrescido da taxação das remessas de lucros e dividendos e da elevação das alíquotas sobre grandes heranças.
Veja abaixo fotos de André Oliveira que registram a ação das centrais no Congresso nesta terça-feira (29)