O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o governo federal deve adotar cinco medidas para proteger os povos indígenas da infecção do novo coronavírus. A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 8, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetar trechos de um projeto de lei que visava dar assistência a índios e quilombolas.
Partidos de oposição apresentaram uma ação conjunta após os vetos do presidente. Entre os pontos retirados do projeto por Bolsonaro estão o acesso à água potável, distribuição de materiais de limpeza e ajuda para acessar o auxílio emergencial.
Entre as cinco medidas estão a instalação de uma ‘Sala de Situação’ para gerir ações de combate ao coronavírus entre povos indígenas, que deve ser criada em três dias. Devem fazer parte membros da Procuradoria Geral da República, da Defensoria Pública da União e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. O governo tem três dias para designar os membros e, depois da decisão, três dias para fazer o primeiro encontro virtual.
Além disso, Barroso também determinou que o governo federal deve apresentar um plano de criação de barreiras sanitárias em terras indígenas. A partir da criação da ‘Sala de situação’, são 10 dias para divulgar o planejamento.
Em 30 dias, o governo também deve fazer um plano de enfrentamento da Covid-19, em conjunto com o Conselho Nacional de Direitos Humanos e membros das comunidades indígenas.
As aldeias devem ter acesso garantido ao Subsistema Indígena de Saúde. E, por fim, devem ser incluídas medidas de isolamento e contenção de invasores de terras indígenas no Plano de Enfrentamento e Monitoramento da Covid-19 para os Povos Indígenas.
Barroso afirmou que os índios são mais vulneráveis a doenças infecciosas e defendeu que a participação dos povos originários no processo é indispensável.