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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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CNBB condena TVs católicas por venda de apoio a Bolsonaro

Pastorais Sociais da CNBB: Bolsonaro usa democracia para destruí-la
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Embora tenha tido pouco espaço na mídia corporativa, continua a repercutir muito mal, acima de tudo no mundo católico, a atitude de figurões, inclusive padres, da religião, proprietários de verdadeiros grupos de comunicação, que se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro para “vender” apoio ao governo em troca de verbas publicitárias.

A dureza da nota de repúdio da CNBB dimensiona a revolta causada pelo toma lá dá cá entre o governo e segmentos católicos. A negociata foi armada por parlamentares da base governista. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil afirma que a Igreja Católica “não faz barganha”, mas sim estabelece “relações institucionais com agentes públicos e os poderes constituídos”.

A reunião com Bolsonaro, por videoconferência, aconteceu no dia 21 de maio, mas o escândalo só estourou agora. A nota de repúdio da CNBB saiu na noite de sábado passado. Das nove TVs de orientação católica, cinco – Evangelizar, do padre e cantor Reginaldo Manzotti, Pai Eterno, Rede Vida, Canção Nova e Século 21 – participaram da negociação. Quatro -Aparecida, Nazaré, Imaculada e Horizonte – se recusaram a vender apoio ao governo.

A “barganha”, como chamou a CNBB, bate de frente com a posição assumida pelo Papa Francisco e a Igreja Católica no Brasil, de adotar uma posição crítica ao governo Bolsonaro pela irresponsabilidade criminosa diante da pandemia do coronavírus, pelas posições nazifascistas, ataques à democracia e desprezo pelo povo. Na contramão do cristianismo. É como se as TVs estivessem comercializando passaporte para o céu. Sacrilégio.

www.bancariosbahia.org.br

“A Igreja Católica não faz barganhas”, afirma nota de esclarecimento da CNBB

Entidades ligadas à CNBB informam que “não organizaram e não tiveram qualquer envolvimento com a reunião entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes de algumas emissoras de TV de inspiração católica e alguns parlamentares”

Nota da CNBB – Em Nota de Esclarecimento, emitida na noite deste sábado, 6 de junho, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, juntamente com a SIGNIS Brasil e a Rede Católica de Rádio (RCR), associações de caráter nacional que reúnem as TVs e rádios de inspiração católica do Brasil, informam que “não organizaram e não tiveram qualquer envolvimento com a reunião entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes de algumas emissoras de TV de inspiração católica e alguns parlamentares” como informou o jornal O Estado de São Paulo. As organizações informam também que “nem ao menos foram informadas sobre tal encontro”.

O documento esclarece ainda que “as emissoras intituladas ‘de inspiração católica’ possuem naturezas diferentes. Algumas são geridas por associações e organizações religiosas, outra por grupo empresarial particular, enquanto outras estão juridicamente vinculadas a dioceses no Brasil. Elas seguem seus próprios estatutos e princípios editoriais. Contudo, nenhuma delas e nenhum de seus membros representa a Igreja Católica, nem fala em seu nome e nem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que tem feito todo o esforço, para que todas as emissoras assumam claramente as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”.

Sobre a reunião, as organizações que assinam conjuntamente a Nota de Esclarecimento, afirmam ter recebido com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de apoio ao governo por parte de emissoras de TV em troca de verbas e solução de problemas afeitos à comunicação. “A Igreja Católica não faz barganhas. Ela estabelece relações institucionais com agentes públicos e os poderes constituídos pautada pelos valores do Evangelho e nos valores democráticos, republicanos, éticos e morais”, diz o texto.

www.brasil247.com

 

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