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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Bairros de Salvador começam a entrar em lockdown no sábado (9)

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Isolamento obrigatório pode ser estendido para toda a cidade nos próximos dias

O isolamento obrigatório dos moradores por conta da pandemia do novo coronavírus, o chamado lockdown, vai acontecer em Salvador de forma parcelada. A partir de sábado (9), algumas regiões da cidade serão interditadas pela prefeitura e bairros inteiros podem ser isolados. O objetivo é frear o avanço da contaminação e retardar ao máximo a saturação dos leitos, prevista para acontecer em 20 de maio.

O anuncio do isolamento obrigatório em alguns bairros de Salvador foi feito na manhã desta quarta-feira (6), pelo prefeito ACM Neto, durante a inauguração de um posto de distribuição de alimentos, em Itapuã. O gestor frisou que o lockdown na cidade toda depende do apoio do governo do estado para acontecer e que essa hipótese já está sendo discutida. A ideia é que a ação por bairro sirva de termômetro para decidir os próximos passos.

“O lockdown total foi tratado como uma hipótese durante reunião entre a prefeitura e o governo do estado na segunda-feira (4). No entanto, o diálogo vem acontecendo diariamente e, se for preciso, vamos adotar as medidas necessárias. Vamos observar o comportamento das pessoas durante o isolamento que faremos de algumas áreas da cidade, a partir de sábado, e então analisar se haverá a necessidade de estender a ação para toda a cidade”, afirmou.

ACM Neto disse que o planejamento para o lockdown parcial será finalizado nesta quarta-feira e que, por isso, os locais que terão interdição ainda não foram informados. A lista das regiões e ações que serão desenvolvidas será divulgada nesta quinta-feira (7). Ele adiantou que serão fechadas ruas e avenidas, e que algumas atividades serão suspensas nessas localidades.

Entenda o que é o lockdown, que começa a ser adotado em Salvador

Lockdown ou bloqueio total
Nível de segurança mais alto, necessário em casos de ameaça grave ao sistema de saude. Todas as entradas do perímetro atingido são bloqueadas por profissionais de segurança. Ninguém tem permissão de entrar ou sair desse perímetro. A ideia é desacelerar o número de transmissões.

Distanciamento Social Ampliado (DSA)
Essa estratégia não limitada a grupos específico, e exige que todos os setores da sociedade permaneçam na residência durante a vigência da decretação da medida pelos gestores locais. Esta medida restringe ao máximo o contato entre pessoas.

O objetivo é reduzir a velocidade de propagação, visando ganhar tempo para equipar os serviços com os condicionantes mínimos de funcionamento: leitos, respiradores, EPI, testes laboratoriais e recursos humanos.

Distanciamento Social Seletivo (DSS)
Já esse estágio determina que apenas alguns grupos devem ficar isolados, sendo selecionados os grupos que apresentam mais riscos de desenvolver a doença ou aqueles que podem apresentar um quadro mais grave, como idosos e pessoas com doenças crônicas ou condições de risco como obesidade e gestação de risco. Pessoas abaixo de 60 anos podem circular livremente, se estiverem assintomáticos.

O transporte público também passará por alterações porque houve um aumento no número de passageiros na última semana. Antes, apenas 28% dos usuários estavam usando o sistema, mas esse número saltou para 35% nos últimos dias. A maior circulação de pessoas justamente quando o vírus está mais ativo na cidade preocupa as autoridades.

Crise
O vice-prefeito, Bruno Reis, atualizou os números. Até a manhã desta quarta, Salvador estava com 128 leitos de UTI e 238 leitos clínicos ocupados. Juntos, município, estado e rede privada oferecem 489 acomodações de UTI e 444 clínicas. Até a manhã desta quarta, havia 2.599 casos confirmados do novo coronavírus apenas em Salvador. Em toda a Bahia, são 4.247 pacientes.

Segundo as previsões, se a taxa de contaminação continuar em 7%, a partir do dia 14 não haverá mais leitos clínicos disponíveis, e em 20 de maio acabam os de UTI. O pico da crise vai se estender até 23 de junho, quando a curva de contaminação finalmente vai começar a baixar.

“É impressionante a precisão dos dados. Os números de casos confirmados e de óbitos estão se confirmando dia a dia com as projeções. Agora, mais do que nunca, é preciso que a população siga as recomendações de ficar em casa, usar máscaras, e fazer uso do álcool gel. A máscara tem que fazer parte do nosso vestuário, além do distanciamento para evitar a contaminação. Precisamos que a população faça a sua parte”, afirmou Bruno Reis.

A Pituba é o bairro com o maior número de infectados em Salvador até o momento. Na segunda-feira (4), a Secretaria Municipal da Saúde divulgou a lista das regiões mais afetadas da cidade. Na Pituba são 65 casos confirmados, sendo seguida por Brotas (52), Patamares (37), Bonfim (31), Federação (29), Liberdade (25), Engenho Velho de Brotas (24), Imbuí (24), e Uruguai (24). Em bairros populares o movimento de pessoas nas ruas é maior e isso também tem chamado à atenção das autoridades.

Enquanto aguardava para pegar a refeição que estava sendo entregue no centro de distribuição, em Itapuã, a diarista Ivonete Lima, 46 anos, disse que está preocupada com a pandemia. “Primeiro, estou com medo de pegar a doença e passar para meus pais, que são idosos ou para minha neta que é um bebê. Depois, estou com medo de não conseguir trabalho logo e aí não sei com vai ser. São seis bocas para alimentar”, disse.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que ainda não há motivo para o lockdown total em Salvador, mas que isso pode ocorrer caso não cheguem novos respiradores para abrir leitos de UTI, não haja profissionais suficientes para abrir novos leitos, e aumente a taxa de crescimento de novos casos. A pasta ressaltou que o governo tem realizado um planejamento para abertura de novos leitos em toda a Bahia.

Filas da Caixa
Durante o mesmo evento, o prefeito ACM Neto disse também que a prefeitura fez um levantamento sobre as filas nas dez maiores agências da Caixa Econômica Federal em Salvador, e que até quinta-feira (7) o município vai pensar alternativas para ajudar a Caixa a reduzir as aglomerações nesses espaços.

Atualmente, a Guarda Municipal tem feito esse trabalho, mas a demanda está maior do que o efetivo pode resolver. Por isso, está sendo elaborado um planejamento para ter mais pessoal, o que pode resultar também em novas contratações. Neto frisou que as filas são de responsabilidade do Governo Federal e criticou a falta e ação da União.

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