NOTAS DE ANA PRESTES
– Queda do preço do petróleo chegou a 34% na madrugada que passou, pior baixa desde o final da Guerra do Golfo em 1991. A queda é resultado de uma disputa no âmbito do mercado do petróleo entre a Opep e a Rússia. Com a crise do coronavírus, a demanda por petróleo aumentou e a preocupação com a superprodução levou a Opep a propor uma regulação para diminuir a produção mundial. Só que a Rússia (que não é membro da Opep) não aceitou. Foi aí que os sauditas resolveram lotar o mercado de petróleo, aumentando sobremaneira a oferta e fazendo o preço cair muito. No início desta segunda as bolsas asiáticas já abriram em queda, no Japão a queda foi de 5,1%, em Hong Kong, 4,2% e Shangai 3%. Na Europa a queda foi ainda maior, Londres com 8,52% de perda e Frankfurt 7,5%. (Meio).
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Ações da Petrobras chegam a cair mais de 25% após preço do petróleo desabar
As ações da Petrobras chegaram a desabar mais de 25% nesta segunda-feira (9), após uma disputa entre Rússia e Arábia Saudita derrubar os preços do petróleo. É a maior queda já registrada. Por volta das 12h40, as ações ordinárias, com direito a voto em assembleia, perdiam 22,19%, a R$ 18,72. As preferenciais, com prioridade na distribuição de dividendos, perdiam 23,04%, a R$ 17,57. No momento de maior queda das ações, a Petrobras registrava perda de valor de mercado de R$ 81 bilhões, segundo a agência de notícias Reuters.
A forte queda na cotação do petróleo ocorreu após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado. Os sauditas cortaram seus preços oficiais de venda. As negociações na Bolsa chegaram a ficar suspensas por 30 minutos durante a manhã, quando a Bolsa registrou queda de 10% e acionou o mecanismo de “circuit breaker”.
Bancos cortam projeções
Analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação para os papéis da Petrobras para ‘neutra’, reduzindo o preço-alvo das preferenciais de R$ 38 para R$ 23,50, para incorporar “um cenário de preço do petróleo mais pessimista em nosso modelo após a enorme decepção com a última reunião da Opep e as repercussões anunciadas pela Arábia Saudita”.
O Goldman Sachs cortou sua previsão para os preços do petróleo Brent para o segundo e terceiro trimestres de 2020, para US$ 30 o barril, “com possíveis quedas de preços para níveis de estresse operacional e custos de caixa bem próximos de US$ 20 o barril”, conforme relatório a clientes ainda no domingo.
Analistas do BTG Pactual ponderaram que é difícil projetar qualquer cenário neste momento, acrescentando que seu panorama base consiste em preço do Brent em US$ 57,50 e dólar a R$ 4,25, o que indicaria papel negociando abaixo de 5 vezes Ebitda, conforme nota a clientes.
“Mas sabemos que claramente existe risco de ‘downside’ nesse cenário (o que pode disparar revisões de previsões de lucros para baixo). Considerando o Brent no preço atual de US$ 36, a ação estaria negociando a 9,2 vezes o Ebitda 2020.”
www.economia.uol.com.br/Com Reuters