Estão paradas 118 unidades, entre elas, 57 plataformas, 24 terminais e todo o parque de refino da empresa: 11 refinarias, SIX (usina de xisto), Lubnor (Lubrificantes do Nordeste), AIG (Guamaré)
A greve nacional dos petroleiros entra na terceira semana, com novas adesões. Enquanto a direção da Petrobras se nega a dialogar com a FUP, mais trabalhadores se somam ao movimento, pressionando a gestão da empresa para que suspenda as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), que já tiveram início na sexta-feira (14).
Neste final de semana, mais uma plataforma do Norte Fluminense aderiu à greve, que já se estendeu por toda a Bacia de Campos. Até o momento, a operação de 36 das 39 plataformas da região foram entreguea às equipes de contingência da Petrobras. Continua a mobilização para que as três últimas plataformas da Bacia que ainda não entraram na greve (PRA-1, P-54 e P-65) se somem ao movimento nacional.
Na Bahia, os trabalhadores da Estação de Distribuição de Gás de Camaçari também paralisaram as atividades neste domingo.
A terceira semana de greve, portanto, chega com força e unidade dos trabalhadores do Sistema Petrobras em todo o país. São 118 unidades mobilizadas, entre elas 57 plataformas, 24 terminais e todo o parque de refino da empresa: 11 refinarias, SIX (usina de xisto), Lubnor (Lubrificantes do Nordeste), AIG (Guamaré).
No edifício sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a Comissão Permanente de Negociação da FUP já está há 17 dias, ocupando uma sala do quarto andar do prédio, cobrando um canal de diálogo com a gestão, na busca do atendimento das reivindicações da categoria.
Do lado de fora do prédio, na Avenida Chile, a Vigília Resistência Petroleira vem arregimentando apoios e participação ativa de diversas outras categorias, organizações populares, estudantes e movimentos sociais, na construção de uma ampla frente de luta em defesa da Petrobras e contra as privatizações.
Em Araucária, petroleiros e petroquímicos da Fafen-PR e suas famílias seguem acampados há 27 dias em frente à fábrica, resistindo ao fechamento da unidade e lutando para reverter as demissões anunciadas pela Petrobras e que já tiveram início no último dia 14.
A greve dos petroleiros já ultrapassou a categoria e cresce diariamente em apoio da sociedade, com movimentos solidários e de luta por todo o país.
Na terça-feira, 18, uma grande marcha nacional em defesa do emprego, da Petrobras e do Brasil será realizada no Rio de Janeiro, com a participação de caravanas de trabalhadores de vários estados. A concentração será a partir das 16h, em frente à sede da Petrobras, onde está instalada a Vigília Resistência Petroleira.
Petroleiros queimam comunicados de demissão da Petrobras
Trabalhadores fizeram ato em 14º dia de greve contra demissões em massa em fábrica no Paraná
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o processo de demissão pode afetar mil trabalhadores da fábrica. A dispensa em massa ocorre após a Petrobras anunciar o fechamento da empresa, em 14 de janeiro. A estatal alega que a empresa, comprada da mineradora Vale em 2013, não apresenta resultados econômicos sustentáveis.
Os petroleiros dizem que a atual gestão da Petrobras não quer negociar. Nesta sexta-feira 14, eles relataram que pelo menos 144 trabalhadores receberam telegramas de convocação para comparecer a hotéis onde seriam feitas as rescisões dos contratos de emprego. Em ato em frente à fábrica, eles rasgaram e queimaram os telegramas. Há 23 dias, os petroleiros estão acampados em frente à Fafen.
A greve nacional dos petroleiros paralisou 116 bases do Sistema Petrobras. São 56 plataformas, 23 terminais, 11 refinarias, 7 campos terrestres, 7 termelétricas, 3 Unidades de Tratamento de Gás (UTGs), 1 usina de biocombustível, 1 fábrica de fertilizantes, 1 fábrica de lubrificantes, 1 usina de processamento de xisto, 2 unidades industriais e 3 bases administrativas. Eles contabilizam 20 mil trabalhadores no movimento.
Na quinta-feira 13, a FUP afirmou que os gestores da estatal podem provocar desabastecimento de combustíveis no país, para culpar os grevistas.
“O objetivo do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, é colocar a população contra nós, trabalhadores, culpando os grevistas por um possível desabastecimento que venha a ocorrer. Se isso acontece, a culpa é da intransigência dos gestores. Por isso, alertamos a população para que fique atenta. A direção da Petrobras poderá provocar de forma premeditada desabastecimentos em algumas regiões do país”, escreveu a Federação.
Os trabalhadores enfrentam uma batalha judicial para manter a greve dentro da legalidade. Em 4 de fevereiro, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os sindicatos de petroleiros mantenham 90% dos trabalhadores em serviço durante a greve da categoria. A decisão foi reiterada por liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli.
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