A primeira turma de medicina da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (URFB) entrou para a história. A Bahia nunca formou tantos médicos negros numa só turma como em 2019. Nessa foto, que foi tirada na colação de grau, aparecem os 12 jovens negros, correspondente a 41% dos formandos.
Essa conquista inédita no país é decorrente em grande parte das ações afirmativas implementadas a partir de 2010. É uma amostra de que tais medidas são necessárias para combater a discriminação racial no acesso à universidade e no mercado trabalho. Embora se percebam avanços, a realidade no ensino superior ainda é bastante desigual.
A última pesquisa do IBGE aponta a elevação do ingresso de estudantes negros no ensino superior (50,5% dos estudantes das universidades públicas), superando o número de brancos. Contudo, o percentual de jovens negros de 18 a 24 anos que ingressaram no ensino superior (55,6%) fica abaixo do percentual de jovens brancos na mesma faixa etária (78,8%).
Carreiras com maior remuneração como Medicina (39.9%), Direito (43.8%), Engenharia (40%), Odontologia (38,7%) mantêm percentual menor de negros matriculados. Ainda há desafios para jovens negros permanecerem, concluírem o curso universitário e acessarem o mercado de trabalho.
O direito à educação e ao trabalho digno deve ser assegurado a todos e o lugar dos negros e negras nas mais diferentes carreiras e profissões é legítimo. O acesso à universidade é fundamental para uma verdadeira diversidade étnico-racial, que considere a população negra nos espaços de trabalho
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