O salário mínimo de R$ 998 que vigora no país é insuficiente para o sustento do brasileiro. É o que aponta a pesquisa mensal do Dieese, que mostra que seriam necessários R$ 4.214, 62 para suprir gastos com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família com quatro pessoas em junho.
O valor equivale a mais de quatro vezes o que é pago hoje. Mas, a situação pode piorar ainda mais, uma vez que o governo Bolsonaro enviou para o Congresso o seu Orçamento para 2020 com a previsão de um salário mínimo de R$ 1.040, sem reajuste real.
Isso sela o fim da política de valorização do salário mínimo, que começou no governo Lula e seguiu com a presidente Dilma. Em 2011, ela instituiu a política de reajuste do mínimo, que previa correção dos salários com base na inflação do ano anterior somada à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Agora isso vai acabar, o que vai prejudicar principalmente os trabalhadores mais pobres. Basta lembrar que, entre 2005 e 2019, o valor do salário mínimo no Brasil subiu 283,8% enquanto que a inflação medida pelo INPC avançou 120,2%.
Cálculo
O cálculo do salário mínimo necessário é feito mensalmente pelo Dieese desde 1994 com base no valor da cesta básica mais cara, atualmente a de São Paulo (R$ 501,68), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 498,67) e por Porto Alegre (R$ 498,41).
Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 383,09) e Salvador (R$ 384,76).
Clique na foto abaixo e confira a evolução do salário mínimo nos últimos anos:
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